Media: Transformar más notícias em «esperança»

Igreja Católica assinala Dia Mundial das Comunicações Sociais este domingo, 28 de maio

Lisboa, 24 mai 2017 (Ecclesia) – O diretor da Agência ‘MediaGate’ afirma que mesmo as notícias negativas “podem significar esperança”, citando o Papa Francisco, que escreveu a mensagem ‘Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo?’ para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

“As notícias são notícias e mesmo as que têm um caráter mais negativo podem ser difundidas com outro ponto de vista e podem significar esperança”, afirmou Paulo Santos.

Em declarações no programa ECCLESIA, na RTP2, o diretor da Agência ‘MediaGate’ constata que há uma tendência para dizer “que se faz o que as audiências querem consumir” e como é um mercado “será esse o grande motivo”.

Para o entrevistado, numa situação “tão dramática como suicídio” pode começar-se a pensar em prevenir, “apresentar caminhos de apoio e não apenas a parte mórbida”, por isso, a prevalência de más notícias em relação às boas “depende muito das perspetivas”.

“Nas agências tentamos focar nas notícias a quem servirmos, o que parece ser interessante difundir, e por isso procuramos sempre outros ângulos”, contextualiza.

Por sua vez, o diretor da Agência ECCLESIA afirma que no jornalismo “é preciso acentuar as regras da deontologia” porque chegam para o bom exercício da profissão e “não precisa de ser católico”.

“Se vemos o espetáculo da violência seremos induzidos a ela, o mesmo se diz dos incêndios, algum concerto entre os média faz com que as imagens que se mostram não sejam um espetáculo”, exemplificou Paulo Rocha.

Para o jornalista existe uma vertente “muito pedagógica” que os media têm de cultivar e recorda que o Papa Francisco, na sua mensagem, refere que quando se vê “muita violência, muito mal podem-se anestesiar as consciências e cair no desespero”.

“É isso que está em causa, sermos indiferentes ao próprio mal. A deontologia é suficiente, o ser católico vai dar a boa notícia que o Papa fala, que é a matriz cristã, do Evangelho com a qual se encara a vida, ao estilo de Jesus Cristo”, desenvolve.

Paulo Rocha assinala que a boa notícia “não é o querer transformar o mal em bom” ou “ser ingénuos” perante algo que possa ser negativo mas “apresentar uma proposta de vida que é autêntica boa notícia”.

Segundo o diretor da Agência ‘MediaGate’, a Igreja Católica precisa encontrar uma “linguagem de comunicação mais simples” para as pessoas e considera que se podem “segmentar os discursos com o mesmo objetivo”.

“É difícil para quem não tenha estudos uma linguagem muito erudita. A Igreja deve seguir o exemplo do Papa Francisco e mais, deve escolher comunicadores e linhas de comunicação muito herméticas para fora”, sublinhou Paulo Santos.

A mensagem do Papa Francisco ‘Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo’ foi publicada na festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro).

O jornalista Paulo Rocha assinala que a mensagem papal apresenta “sempre linhas de força muito sugestivas”, normalmente, ao nível mediático, com “muitas indicações práticas” para o exercício do jornalismo e para o trabalho dos profissionais dos vários setores dos media.

O Dia Mundial das Comunicações Sociais é a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes, este ano no dia 28 de maio.

HM/CB

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