António Pedro Ferreira fala de um silêncio que vai para lá do que uma imagem pode mostrar
Lisboa, 25 nov 2020 (Ecclesia) – O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS), organismo da Igreja Católica em Portugal, entregou hoje Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão aos vencedores da edição de 2020, a reportagem multimédia do Expresso “O adeus dos monges da Cartuxa”.
O trabalho tem texto de Christiana Martins, fotografia de António Pedro Ferreira e vídeo e edição de José Cedovim Pinto.
“O prémio, para mim, é irrelevante quando comparado com a experiência que tive no Mosteiro da Cartuxa”, refere à Agência ECCLESIA António Pedro Ferreira.
Para o fotógrafo, esta reportagem foi uma experiência diferente, “uma espécie de exercício de concentração, de isolamento e meditação”.
“É um mundo de tal maneira diferente do nosso que mexe com todas as nossas emoções, os nossos sentidos, não só o visual mas também o auditivo: os sinos, os passos, o ranger das portas, o isolamento”, aponta.
O profissional admite que, neste contexto, se vive muito mais do que uma imagem pode mostrar.
“Faltam os sons, o vento, a brisa, o cheiro do pomar. O isolamento, separado de todas as outras sensações… é muito difícil conseguirmos, numa imagem, dar todo esse conjunto de sensações”, assinala.
Após a reportagem, António Pedro Ferreira ficou a pensar, muitas vezes, que “sabe bem estar sozinho, no silêncio, a meditar”.
“Todos nós temos necessidade de estarmos, connosco próprios, um momento que seja, de vez em quando”, relata.
Christiana Martins, por sua vez, elogia o envolvimento dos autores e dos leitores, os responsáveis por apresentar as candidaturas ao Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão.
“Esse prémio foi muito importante para mim, sobretudo porque eu não propus o trabalho. Alguém leu o meu trabalho e entendeu que merecia ser sujeito à avaliação e a um prémio”, declara a jornalista.
O Prémio de Jornalismo Dom Manuel Falcão é uma iniciativa da Igreja Católica em Portugal, através do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais em parceria com o Grupo Renascença Multimédia, e distingue, em cada ano, um trabalho jornalístico de temática religiosa, e foi atribuído nas jornadas nacionais de formação e debate 2020, este ano num formato inédito, através das nas plataformas digitais, com o tema ‘Mais do que ligados’.
PR/OC