Media: Papa apresenta família como ambiente privilegiado de comunicação

Diretor da Agência ECCLESIA comenta mensagem para Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015

Lisboa, 23 jan 2015 (Ecclesia) – O diretor da Agência ECCLESIA afirmou que o Papa Francisco propôs hoje uma “nova narrativa” sobre a família, onde se incluem os meios de comunicação social.

“Mais de metade da mensagem é sobre a família como local onde a comunicação acontece por excelência. O Papa escreve que a família é o primeiro local onde aprendemos a comunicar e não o diz de uma forma só teórica”, refere Paulo Rocha, a respeito da mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2015, apresentada pelo Vaticano.

Para este responsável, o Papa introduz de “forma surpreendente” elementos que podem parecer “mais estranhos” como “o perdão, a oração, o desafio de quem tem família com deficiência, os limites da pessoa humana”.

Para além destes, Francisco apresenta também como exemplos o nascimento e a relação entre mãe e filhos como “primeiro ambiente de comunicação”, que “não é só verbal” mas acontece na família.

“São todas instâncias onde acontece comunicação e fazem com que a família seja paradigma para toda a comunicação”, observa o diretor da Agência ECCLESIA.

‘Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor’ é o tema da segunda mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Segundo o interlocutor, Francisco refere-se e fala “diretamente” para família.

“O desafio que a comunicação representa no interior da família não só no ambiente familiar mas sobretudo como lugar de referência dos próprios meios de comunicação social que podem encontrar indicações sobre o modo de comunicar quando essa comunicação acontece em família”, desenvolve Paulo Rocha.

Desta forma, considera que o Papa alerta para a necessidade de “uma nova narrativa” sobre o que é a família e incluiu os meios de comunicação social “nessa narração”, onde é preciso considerar “todos” os elementos “não só os mais imediatos, instantâneos, em ordem à eficácia comunicativa”.

O tema da família na mensagem apresentada hoje no Vaticano está em sintonia a preparação para a segunda assembleia sinodal dos bispos sobre este matéria, em outubro deste ano.

Neste contexto, Paulo Rocha revela que viu na mensagem referências ao tratamento da “instituição familiar” pelos meios de comunicação social durante os debates do sínodo extraordinário, em outubro de 2014: “Era olhada sem esta dimensão concreta mas como algo distante, uma instituição sobre a qual se fazem considerações teóricas e não a partir do dia-a-dia”.

“Se olharmos o realismo concreto e na proximidade que o Papa refere, atendemos a histórias concretas não são só brancas ou pretas mas uma quantidade de tons que é preciso narrar”, frisa.

Na mensagem para o DMCS, o Papa alerta para a dimensão “pedagógica” dos meios de comunicação social que podem “ajudar ou a dificultar” a comunicação em família, a uma “comunicação modelar” através da cultura do encontro e não fomentando “ilhas numa casa” com cada pessoa “com o seu instrumento de comunicação”.

A mensagem foi publicada na véspera da festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas (24 de janeiro).

O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (17 de maio, em 2015).

CB/OC

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