Felisbela Lopes afirmou que é necessário escolher o «importante» em detrimento do «interessante»
Terras de Bouro, Braga, 24 out 2014 (Ecclesia) – Felisbela Lopes, professora na Universidade do Minho, afirmou hoje no IX Congresso da AIC que os media são lugares de “desencontro” e “divergências” e que deveriam preocupar-se com o que “é importante” em detrimento do que “é interessante”.
“Os media são sobretudo lugares que escolhem desencontros, discussões musculadas, divergências insanáveis, guerras ou conflitos sem fim”, afirmou a professora universitária numa conferência sobre o tema “Pela cultura do encontro: o papel dos media”.
Para Felisbela Lopes, os meios de comunicação social deveriam rejeitar o que é “engraçado” ou “trágico” para se preocupar com o que é “importante”.
“Que bom seria que os media se preocupassem ou tivesses meios para se preocupar com o que é importante, em detrimento do interessante, ou pior do que é engraçado ou trágico”, afirmou.
A “agenda noticiosa saturada em torno dos mesmos tópicos”, a “crise financeira” das empresas de jornalismo e a falta de “liberdade” dos jornalistas não permite um “encontro pleno” entre o real e o conteúdo que o noticia, considera.
“É preciso criar outra agenda que persiga temas que estruturam a vida de todos os dias”, sublinhou a professora de comunicação social e comentadora televisiva.
Para Felisbela Lopes, é necessário “fazer uma revolução ao nível das fontes, dando prioridade aos que criam valor, anunciam inovação, são o rosto da esperança”.
A professora universitária desafiou os meios de comunicação social a serem “lugares de encontro”, mesmo que o mundo seja “lugar de desencontros”..jpg)
“O mundo não é um lugar de encontro, mas existe para o ser. E os media devem estar atentos àquilo que impede que tal seja possível, atendendo simultaneamente a momentos ou espaços em que estes encontros acontecem”, sustentou.
O IX Congresso da AIC decorre em S. Bento da Porta Aberta até este sábado para analisar o tema “Mediadores da alegria e do encontro”.
PR