Media: «Igreja não faz uma comunicação para estar à parte» – D. João Lavrador (c/fotos e vídeo)

Debate com estudantes da UCP sublinhou que identidade católica «forte e reconhecível» contrasta com distanciamento dos media

Lisboa, 27 mai 2022 (Ecclesia) – O presidente da Comissão responsável pelas Comunicações Sociais na Conferência Episcopal Portuguesa disse hoje em Lisboa que a Igreja Católica tem de ir ao “encontro dos outros”, começando pela escuta, falando numa sessão de debate com estudantes da UCP.

“A Igreja não é uma realidade à parte e não faz uma comunicação para estar à parte”, referiu D. João Lavrador, na sessão comemorativa do Dia Mundial das Comunicações Sociais 2022, que decorreu na sede da Universidade Católica.

O bispo de Viana do Castelo defendeu uma comunicação feita de pessoas e para pessoas, afirmando a intenção de “integrar a Igreja nesta dinâmica”.

“Temos um caminho a percorrer, em conjunto”, assumiu, destacando que “não está tudo perfeito”.

O Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) promoveu esta tarde uma sessão de debate com alunos do curso de Comunicação Social da Faculdade de Ciências Humanas da UCP, para identificar “pontos fortes” e “pontos fracos” da presença da Igreja na Comunicação Social e a sua relação com os media, a partir da recolha de opiniões de quem trabalha neste setor, nomeadamente de jornalistas.

Pela positiva, foi destacado o facto de a Igreja Católica ter uma imagem “forte e reconhecível, com valores próprios”, que gera o interesse do público.

O debate apontou, por outro lado, a um distanciamento e “incompreensão”, na relação Igreja-Media, com uma abordagem jornalística “centrada em temas fraturantes”.

A necessidade de criar uma “agenda” própria e a falta de estratégia de comunicação, na Igreja Católica, foram outros temas apontados.

Isabel Figueiredo, diretora do SNCS, assinalou a atenção às novas gerações, no horizonte da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023.

“Estamos muito alerta para a necessidade de escutar os mais novos”, apontou.

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

Mariana Craveiro, que integra o Gabinete de Comunicação da JMJ Lisboa 2023, destacou a necessidade de alargar a informação aos media generalistas e não só aos especializados.

“Temos de manifestar-nos”, sustentou.

Inês Espada Vieira, docente na UCP, abordou por sua vez a importância de escutar e de tomar a palavra, nas várias dimensões e dinâmicas da comunicação.

“Temos de perceber quando são os momentos de falar”, declarou.

A Igreja foi apresentada, no debate, como um “bom exemplo” de comunicação, no período da pandemia, conseguindo “ficar mais perto” das pessoas.

‘Escutar com o ouvido do coração’ é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinala este domingo.

A celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais foi a única do género a ser instituída pelo Concílio Vaticano II (Decreto ‘Inter Mirifica’, 1963).

OC

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