Media: «Cultura do encontro» deve ser «mais do que um slogan»

Jornadas nacionais de comunicação social evidenciaram necessidade de um maior aproveitamento das sinergias e projetos existentes na Igreja

Fátima, Santarém, 26 set 2014 (Ecclesia) – As jornadas nacionais de comunicação social da Igreja Católica terminaram hoje em Fátima com apelos a uma vivência mais efetiva da “cultura do encontro” entre os diversos meios informativos do setor.

O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais (CECBCCS), D. Pio Alves, salientou que atualmente “os recursos nas dioceses são mais do que muitos”, no entanto muitas vezes ainda subsiste a tendência do cada um por si, do “cada um à procura da sua peça”.

De acordo com aquele responsável, o ideal do encontro, da partilha, que o Papa Francisco propôs para a comunicação social da Igreja, tem de ser construído “diocese a diocese, paróquia a paróquia, local a local”, com a partilha de “sinergias, de contributos”, porque “se não funcionar aí, dificilmente funcionará a nível nacional”.

D. Pio Alves alertou ainda para o perigo de encarar o desafio de Francisco apenas como “um slogan” que depois não tem correspondência no terreno, na atuação diária de quem tem a missão de comunicar a mensagem da Igreja, especialmente os leigos que estão mais perto das comunidades.

Isto porque “o rosto permanente da Igreja não é o Papa, os bispos ou padres, são todos os crentes”, lembrou o prelado.

A edição deste ano das jornadas de comunicação social promovidas pela Igreja Católica portuguesa teve como tema “Uma rede de pessoas” e foi marcada também pelo debate à volta da revolução tecnológica que marca hoje os media.

O presidente da CECBCCS referiu que para a Igreja Católica “os recursos tecnológicos são importantes” mas os atores principais continuam a ser “as pessoas”.

“É importante que não nos desculpemos com a falta de meios para fazer mais e melhor a missão de pôr o Evangelho à disposição da sociedade”, complementou.

Na sessão final da iniciativa falou também o cónego João Aguiar, diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Socias da Igreja.

O sacerdote exortou os representantes dos vários meios de informação católicos a terem “a coragem” de ir além das dificuldades ou “lamúrias” e de saírem do “conforto dos seus quintais”, para abraçarem projetos novos e promoverem aqueles que já existem.

“Há projetos que mereciam um melhor aproveitamento e divulgação”, frisou aquele responsável, que quanto ao debate tecnológico defendeu que mais do que os meios materiais x ou y, a Igreja Católica precisa de “homens e mulheres com coração limpo e cabeça lúcida”.

JCP

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