MDV na educação

“As acções realizadas pelo Movimento Defesa da Vida (MDV) eram reconhecidas mas agora passaram a ser oficiais” – disse à Agência ECCLESIA Graça Mira Delgado, Directora do MDV, a propósito do protocolo assinado entre este Movimento e o Ministério da Educação sobre a formação de professores para leccionar Educação Sexual nas Escolas. O MDV, que nasceu em 1977, “faz parte do Conselho Nacional de Movimentos e Obras” (CNMO) e, segundo a sua directora “não está para lutar contra ninguém. O nosso objectivo é educar as crianças e os jovens”. Um dos primeiros a receber formação do MDV, nos anos 80, foi o ginecologista Vítor Neto que defende este tipo de Formação: “mais abrangente, plural e aberta”. Posição que Graça Mira Delgado corrobora e adianta: “numa sociedade plural a oferta nesta área também deve ser plural”. E tal não acontecia porque outrora “era só a Associação para o Planeamento da Família (APF) que ministrava estas acções de formação. Tinham o monopólio”. Enquanto “a nossa formação aponta para a pessoa na sua totalidade, é personalista” aquela que a APF “dá tem uma dimensão mais preventiva”. Alguns grupos, após a assinatura deste protocolo, afirmaram que “o MDV é tendencioso e impõe uma moral” e “eles não são tendenciosos?”. “Que eu saiba não há educação sem valores” – afirma Vítor Neto. A diferença é notória entre as duas linhas formativas: enquanto a APF defende “em determinadas circunstâncias a interrupção voluntária da gravidez”, o MDV tem “uma linha que defende sempre a vida” – realça Graça Mira Delgado. Por sua vez Vítor Neto vai mais longe e questiona-se “como é possível que o Ministério da Educação tenha um protocolo assinado com um Movimento que defende o aborto quando o próprio país disse ‘não’ quando foi chamado a pronunciar-se”. E avança: “A APF não está em sintonia com aquilo que o povo português pensa”. Sobre a posição da líder da Juventude socialista, que afirmou a um órgão de Comunicação Social que o MDV defende «valores retrógrados», Graça Mira Delgado disse que Jamila Madeira “esqueceu-se que o protocolo agora assinado foi aprovado pelo Secretário de Estado do último governo socialista”. Com esta tomada de posição “Jamila Madeira só demostra que não conhece o MDV” – concluiu Vítor Neto.

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