Mais e melhor saúde

Monsenhor Vítor Feytor Pinto, Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde

Quando num país há a preocupação de reestruturar a vida social da comunidade, de imediato surgem dificuldades que é preciso ultrapassar. Ora as maiores dificuldades estão no que se refere à educação, à saúde e ao trabalho. Resolver os problemas que surgem nestes campos não é tarefa fácil.

A Pastoral da Saúde, em Portugal, tem consciência da missão que lhe cabe no apoio às pessoas que têm direito a sempre mais e melhor saúde. Neste tempo de grandes mudanças estruturais, propõe-se promover um Encontro Nacional em que se debate a saúde em Portugal. O título do Encontro é aliciante: “Cuidados de Saúde, lugares de esperança”. De facto, quem vai a uma unidade de saúde, leva sempre consigo a esperança de ultrapassar o problema que o traz ali. Quer ser curado e vem perguntar como consegui-lo.

Este Encontro Nacional tem quatro tempos: O conhecimento da realidade, os problemas emergentes, os caminhos de solução em solidariedade e o papel da Igreja. Através de um debate aberto, procurar-se-á atingir alguns objetivos que aqui se elencam:

  1. Acompanhar a evolução dos cuidados de saúde em Portugal, nesta fase de grandes dificuldades em que importa ajudar os mais pobres e mais carenciados.
  2. Habilitar os Núcleos Paroquiais da Pastoral da Saúde a darem resposta às solicitações que lhe são feitas, para apoiar os doentes e idosos que, não podendo sair de casa, carecem de cuidados de saúde e apoios sociais, indispensáveis à sua qualidade de vida.
  3. Ajudar os doentes a recorrer aos cuidados de saúde, com a melhor forma de acesso, a mais eficaz isenção de taxas moderadoras, o mais rápido atendimento, sem as demoras tão prejudiciais à recuperação da saúde
  4. Colaborar com as estruturas da saúde, sobretudo em três grandes iniciativas, exprimindo assim gestos de caridade cristã:

–     A dádiva de sangue, indispensável no cuidar de tantos doentes que procuram os hospitais;

–     A proteção das crianças e dos mais velhos nas ondas climáticas (de calor, no verão, e de frio, no inverno);

–     A prevenção de epidemias, trabalho em que as comunidades cristãs podem colaborar generosamente, com a Direção Geral da Saúde do Ministério da Saúde.

5. Proporcionar com qualidade a Assistência Espiritual e Religiosa a todos os doentes, cooperando também com as outras confissões religiosas, como é exigido pelo DL 253/2009 de 23 de setembro.

A Pastoral da Saúde é indiscutivelmente uma forma de Nova Evangelização. Todos querem ter mais saúde, todos desejam ser acompanhados na enfermidade, todos pedem a Deus, na oração, que o seu problema seja vencido. Então, trabalhar na educação para a saúde e no cuidado a ter com os doentes, é uma forma privilegiada de viver o Evangelho. Também Jesus acolheu todos os enfermos, assistia-os na medida da sua súplica e, só depois, fazia referência à sua fé. Na Parábola do Samaritano está compendiada a atitude dos cristãos perante todos aqueles que estão em sofrimento.

O samaritano viu o homem caído na estrada, parou, aproximou-se, cuidou dele, levou-o ao lugar onde poderia curar-se, assumiu os encargos que iriam surgir, e prometeu voltar, continuando ligado ao homem que encontrara.

Os agentes da Pastoral da Saúde têm uma missão assim. Na comunidade cristã (a paróquia) veem e conhecem quem está enfermo, aproximam-se e procuram saber do que precisam, cuidam deles, no social e no espiritual, levam-nos ao Centro de Saúde ou ao Hospital, mantêm uma relação de proximidade e acabam por confirmá-los em Jesus.

Este é o desafio que o XXIV Encontro Nacional da Pastoral da Saúde pretende lançar.

Monsenhor Vítor Feytor Pinto, Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde

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