Mais cinco diáconos permanentes em Aveiro

“Recebe o Evangelho de Cristo que tens a missão de proclamar. Crê o que lês; ensina o que crês; e vive o que ensinas.” Do ritual da ordenação de diáconos, todo ele cheio de simbologia, doutrina e conselhos evangélicos, esta síntese, sublinhada pelo nosso Bispo, D. António Marcelino, no domingo, na Sé de Aveiro, indica novos rumos aos que aceitaram enriquecer o corpo diaconal aveirense. Élio Simões, empregado fabril, da Vera Cruz; Francisco Cravo, técnico de informática, de Recardães; Fernando Silva, serralheiro, da Oliveirinha; José Carlos Costa, médico naturista, da Vera Cruz; e Reinaldo Barnabé, bancário aposentado, de Albergaria-a-Velha, são os novos diáconos permanentes da Diocese de Aveiro, que vêm juntar-se aos 23 existentes, depois de um percurso empenhado de formação sistemática. Na Eucaristia de ordenação, com a Sé repleta de fiéis vindos das paróquias dos novos diáconos permanente e de outros mais comprometidos com a vida da Igreja Diocesana, D. António lembrou, à homilia, que “os diáconos não são para suprir a diminuição dos presbíteros ou a sobrecarga pastoral”, porque a sua “ordenação tem valor próprio”. No fundo, sublinhou que “eles tornam visível a disponibilidade de homens casados para uma missão pastoral permanente”, exercida de harmonia com as suas possibilidades familiares e profissionais. Ao mesmo tempo, os diáconos contribuem para que a Igreja Diocesana possa realizar outras tarefas pastorais, porque eles estão “mais aptos para o diálogo e para o testemunho directo e mais convincente com as pessoas que vivem igual condição social”. D. António, que esteve na génese da ordenação de diáconos permanente na Igreja aveirense, no pós-Concílio Vaticano II, com D. Manuel de Almeida Trindade, recordou que não tem havido precipitação na preparação de quem se dispõe a aceitar o primeiro grau do Sacramento da Ordem. Referiu que a formação é agora mais exigente, estando ligada ao Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro (ISCRA), não faltando ainda um seu delegado que acompanha espiritualmente os candidatos e suas esposas. Entretanto, o nosso Bispo informou que outros homens se vão perfilando como candidatos ao diaconado em algumas paróquias da Diocese, tendo salientado a premência de “que sejam estimulados por todos nós e acolhidos na vocação que neles se vai exprimindo”. Sobre os diáconos permanentes que foram ordenados em 1988, 1993 e 1999, D. António recordou que todos eles estão ao serviço de paróquias, da pastoral familiar e sociocaritativa, em sectores diversificados, mas também no serviço das migrações e nas comunicações sociais, entre outros campos que se têm aberto à Igreja e na comunidade civil. Correio do Vouga ouviu no final da cerimónia da ordenação o Ricardo Barnabé, para saber o que sentiu ele nesta hora certamente tão importante para si e para os seus colegas de caminhada. “O que senti hoje é muito difícil de explicar, tal foi a festa e a responsabilidade do compromisso que nos envolveram”, disse. E acrescentou: “Nós sentimos um apelo a uma nova caminhada, embora estejamos há muito na Igreja. Mas a partir de agora, passaremos a ter, com certeza, uma participação mais responsável.” Recordou a preparação por que passou, iniciada em 1994, tendo frequentado o ISCRA desde 1997, durante três anos, sem nunca deixar de colaborar na sua paróquia de Albergaria-a-Velha, como ministro extraordinário da comunhão. Frisou que faz parte há 12 anos de um grupo de apoio aos marginalizados, ao nível da prostituição. Agora, adiantou, “chegou o grande momento de responder com mais convicção ao chamamento do Senhor”. Isso implica, para já, que a sua vida vai ser diferente, porque, decerto, muitos irão passar a olhá-lo “com outros olhos”. Disse que as pessoas procurarão saber, “através de nós e das nossas acções, o que é a Igreja e que união fraterna estaremos dispostos a fomentar”. Ainda se mostrou disponível para responder ao apelo do nosso Bispo, no sentido de servir onde ele achar que é mais importante para a Igreja, “embora gostasse de continuar ligado à pastoral dos marginalizados”.

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