Madagáscar: «Os pequenos atos de amor salvam o mundo» – Papa Francisco (c/fotos)

Encontro de oração reuniu centenas de monjas de clausura

Antananarivo, 07 set 2019 (Ecclesia) – O Papa elogiou hoje em Madagáscar o papel dos mosteiros de vida contemplativa, na Igreja Católica, marcados por “pequenos atos de amor e de renúncia a si mesmo”.

“Os pequenos atos de amor salvam o mundo”, disse, numa intervenção improvisada no Mosteiro da ordem das Carmelitas Descalças, no bairro de Ampasanimalo, onde presidiu a um encontro de oração.

Francisco falava perante cerca de 100 monjas de clausura, de diversos mosteiros do país, 70 noviças e uma mãe que perdeu três filhos, na recente epidemia de sarampo que provocou 1200 mortos na capital malgaxe.

Como acontece habitualmente nestes encontros, o Papa deixou de lado o discurso que estava preparado para falar de “coração”, recomendando que as religiosas vivam “a caridade nas pequenas e nas grandes coisas”, dando como exemplo Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897), de quem se mostrou particularmente devoto.

“Não quis falar-vos de teorias, quis falar-vos da minha experiência com uma santa, do que é capaz de fazer uma santa e qual o caminho para ser santo. Em frente, com coragem”, apelou.

A intervenção alertou para as tentações do carreirismo ou da “mundanidade” na vida religiosa, que considerou um ato do “diabo”.

“Saibam discernir, com a prioresa, com a comunidade em capítulo, as vozes da mundanidade, para que não entrem na clausura”, pediu o pontífice.

Francisco recomendou “caridade e oração” para discutir “a tempo” qualquer ameaça à “santidade” da vida religiosa.

“Não há reforma das tentações, da luta espiritual, do exercício da caridade. É preciso lutar até ao fim”, apontou.

Antes de regressar à Nunciatura Apostólica, onde se encontra hospedado até terça-feira, o Papa abençoou o altar da Catedral de Morondava.

Esta tarde, Francisco reúne-se com os bispos de Madagáscar na Catedral de Andohalo, antes da visita ao túmulo da leiga Victoire Rasoamanarivo (1848-1994), a primeira beata malgaxe, que dedicou a sua vida aos mais pobres.

O dia encerra-se com uma vigília dedicada aos jovens, no Campo Diocesano de Soamandrakizay, o mesmo local que no domingo recebe a Missa presidida por Francisco, com participação prevista de centenas de milhares de pessoas.

OC

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Agência ECCLESIA

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