Luis Archer recebe Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes

No segundo ano da sua atribuição, o Júri do «Prémio de Cultura – Padre Manuel Antunes», instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura e, este ano, patrocinado pela Rádio Renascença, decidiu premiar o Pe. Luís Archer, homem de ciência e grande humanista, nos seus 80 anos de vida. A entrega do Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes realiza-se hoje no anfiteatro 2 (A2) da Universidade Católica Portuguesa, no campus da Palma de Cima (Lisboa). Durante a sessão, o Pe. Luís Archer proferirá uma lição intitulada «O humanismo que salva a tecnociência». O Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes conta com o patrocínio da Rádio Renascença e, neste ano, com o apoio da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa. O Júri do “Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes” teve, este ano, a seguinte composição: D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais; João Aguiar, Presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença; João Bénard da Costa, Escritor; Maria Teresa Dias Furtado, Professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Hermínio Rico sj, Director da Revista “Brotéria”; José Tolentino Mendonça, Director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. É com muita honra que associa este Prémio a figura tão distinta da cultura e da ciência em Portugal, desejando que possa servir para que a sua inspiração continue a tocar e mover muitos. A ciência ao serviço da humanidade Justificação do Júri Luís Archer nasceu no Porto, em 1926. Recém licenciado em Ciências Biológicas, entrou na Companhia de Jesus, onde, depois dos estudos de Filosofia e Teologia, se doutorou, nos Estados Unidos, em Genética Molecular. Introduziu o ensino e a investigação desta ciência em Portugal, no Laboratório de Genética Molecular do Instituto Gulbenkian da Ciência e na Universidade Nova de Lisboa. Publicou centenas de trabalho de investigação e leccionou em muitas universidades em Portugal e no estrangeiro. A excelência do seu contributo científico é reconhecida pelo seu estatuto de membro das Academias das Ciências de Lisboa e de Nova Iorque, entre outras. Quando as questões da nova bioética começaram a estar na ordem do dia, mais uma vez Luís Archer foi pioneiro no nosso país. Representou Portugal em várias comissões europeias sobre questões de biosegurança e bioética, do Conselho da Europa, da OCDE e da União Europeia. É há muitos anos uma das vozes mais autorizadas e respeitadas na discussão pública das problemáticas bioéticas, e muitos dos que hoje suportam as instituições que fazem reflexão e divulgação neste campo reconhecem-se como seus discípulos. A coroar esta fase da sua dedicação científica, Luís Archer foi Presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida entre 1996 e 2001. Nestes percursos, bem documentados no livro Da Genética à Bioética (2006), recentemente publicado, Luís Archer foi juntando sempre a rigorosa investigação e o estudo profundo das questões com a paixão pela comunicação do saber que apreendia. Com a bioética, mais a sua exímia capacidade comunicadora se exprimiu, fazendo uso da sua formação cultural vasta para propor exposições e textos que aliam a enorme clareza técnica com sugestivas metáforas e parábolas, refulgindo sempre a preocupação humanista. Em toda a sua actividade, nos laboratórios, nas salas de conferências, nas conversas pessoais, ou nos seus escritos de divulgação, sempre transparece o cuidado, a paixão, a atenção, respeitosa e fascinada, pela vida, a começar ao nível das estruturas moleculares, mas focada sobretudo nas pessoas, nas suas vidas, nas suas experiências, nos seus dramas. Um cientista da vida, com uma vida dedicada à humanidade que procurou cientificamente compreender melhor, mas uma vida sobretudo apostada em promover e elevar a humanidade – a nossa qualidade humana – que é sempre devir e desafio.

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