Organização católica diz que a fuga à crise «não pode ser feita apenas através de cortes nos salários e aumentos de impostos»
Lisboa, 20 out 2011 (Ecclesia) – A presidente da Liga Operária Católica (LOC/MTC) reagiu hoje à subida de mais 3,9 por cento na taxa de desemprego entre agosto e setembro, exigindo ao Governo medidas contra a “precariedade laboral” e maior responsabilidade social às empresas.
“Esta oscilação no emprego tem muito a ver com a questão da precariedade laboral, os contratos que hoje se conseguem, de um mês, dois meses, facilmente se passa de novo a uma situação de desemprego”, apontou Maria de Fátima Almeida, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Segundo dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), revelados esta manhã, o número de inscritos nos centros de emprego, em setembro, subiu 3,9 por cento relativamente ao mês de agosto.
O número total de pedidos de emprego já ultrapassou os 643 mil e o desemprego entre pessoas com habilitações escolares de nível superior cresceu 11,7 por cento.
A líder do movimento dos trabalhadores católicos alerta que a fuga à crise “não pode ser feita apenas através de cortes nos salários e aumentos de impostos”.
Para além da “criação de empregos com qualidade, onde quem os executa seja tratado com dignidade”, a organização reivindica uma maior “responsabilidade social e familiar” às empresas.
“Os cidadãos não podem ser os únicos a sofrer com a austeridade enquanto continuamos a assistir a situações de fraude e de fuga ao fisco”, apontou Maria de Fátima Almeida, considerando que falta ao mundo laboral “mais ética e verdade”.
Para combater esta situação, a presidente da LOC/MTC defende uma participação cívica mais ativa na democracia, que faça com que a voz dos mais desfavorecidos seja tida em conta nos centros de decisão.
“A resposta que tem sido dada, através do movimento dos indignados, possivelmente terá de transformar-se num caminho de grande debate público, acerca do que queremos hoje para o nosso país”, conclui.
A LOC/MTC assinala nos próximos dias 26 e 27 de novembro os seus 75 anos, com um “encontro/festa” nacional na Casa Diocesana do Vilar, Porto.
JCP/OC