LOC/MTC e JOC associam-se a Dia do Trabalhador

Economia: Portugal «está a morrer» por causa dos impostos, considera Liga Operária Católica

Lisboa, 30 abr 2013 (Ecclesia) – A coordenadora nacional da Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC-MTC) considera que Portugal “está a morrer” por causa da “fiscalidade”.

Em entrevista ao programa da Igreja Católica na RTP-2, transmitida na segunda-feira, Maria de Fátima Almeida criticou os “juros especulativos” da dívida soberana portuguesa e defendeu que as suas taxas devem baixar, depois da redução do risco de incumprimento dos pagamentos.

“A maior economia de um país é a que nasce nas comunidades. Quando ela é destruída, quem é que vai pagar a dívida?”, questionou a responsável, que salientou a diferença entre as falências de pequenas empresas e os “grandes lucros” que continuam a ser obtidos por bancos e grupos económicos.

Elisabete Silva, presidente da Juventude Operária Católica (JOC), refere por sua vez que o Governo tem de cumprir o “compromisso” estabelecido com os credores mas também com a “dignidade” da população.

“Quer fazer-se crer que as medidas [de austeridade] são inevitáveis, mas não são”, afirmou a responsável, para quem a austeridade deve traduzir-se mais num estilo de vida marcado pela “sobriedade” e “solidariedade” do que no aumento dos impostos.

A convicção inscrita na “Doutrina Social da Igreja” de que “o trabalho surgiu para a pessoa”, e não o inverso, está ausente da prática política, referiu a dirigente, que reprovou a “excessiva importância” dada “ao capitalismo, ao lucro e à economia”.

Fátima Almeida realçou que a “desvalorização” da ocupação profissional está na origem das “elevadas taxas de desemprego”: “O trabalho deixou de ser o principal pilar de financiamento das famílias e é visto apenas como mais um lucro na sociedade”.

A responsável quer que o “trabalho digno e justamente remunerado” esteja no centro da agenda política e defende a procura de soluções para que todas as pessoas tenham emprego, mesmo que seja necessário estabelecer “horários mais pequenos”.

“Temos de encontrar mecanismos de repartição, inclusivamente do próprio trabalho”, reforçou Elisabete Silva, que pretende corrigir o desequilíbrio existente entre as pessoas desempregadas e os profissionais que acumulam empregos e excedem as horas de serviço.

O apelo ao “empreendedorismo” é “bom” mas “não é a única solução” porque nem todas as pessoas têm essa aptidão, assinala a presidente da JOC, organismo envolvido em ações de educação financeira.

Esta quarta-feira, Dia do Trabalhador, a Juventude Operária Católica vai organizar sessões sobre emigração jovem em Lisboa, na Paróquia de São Nicolau, e no Porto, no Seminário do Vilar.

Os encontros, que começam às 09h30, prosseguem com a adesão às manifestações marcadas para ambas as cidades.

A LOC/MTC também prevê a participação dos seus membros nas manifestações do 1.º de Maio: “É um dia para estar com todos aqueles que, como nós, comungam dos princípios do trabalho digno e de uma sociedade mais justa”, observou a coordenadora.

Segundo Fátima Almeida a presença nas ações de rua pretende transmitir uma “mensagem de esperança”, prosseguindo um percurso de “lutas pela conquista da justiça”, que foram vencidas “em situações ainda mais difíceis” do que as atuais.

“Muitos deram o seu sangue para que hoje tivéssemos a liberdade e as possibilidades de negociar e combater”, recordou.

PTE/RJM

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