LOC contra injustiças do mundo do trabalho

Comemorações do 75.º aniversário da associação católica vão estender-se ao longo de 2011

Lisboa, 31 Jan (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) deve continuar a actuar “em novas formas de combater as injustiças e desigualdades do mundo do trabalho actual”, refere um comunicado da organização enviado à Agência ECCLESIA.

O organismo da Igreja Católica reuniu este Domingo, em Lisboa, “duas centenas de militantes e amigos”, dando início às celebrações dos 75 anos do movimento fundado em 1936.

O vogal da Comissão Episcopal do Apostolado do Laicado e Família, D. Joaquim Mendes, afirmou que a Igreja reconhece, “com gratidão”, o “precioso contributo” dado pela LOC/MTC à evangelização do meio laboral.

A sessão, que contou com a presença de membros das centrais sindicais CGTP e UGT e de outras entidades civis e eclesiais, terminou com uma missa presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.

O programa do encontro incluiu a evocação de algumas das personalidades que marcaram os 75 anos, como o padre Abel Varzim, primeiro assistente eclesiástico da LOC/MTC.

Foram também lembrados outros sacerdotes que acompanharam a acção do movimento, designadamente aqueles que deram aos leigos “a primazia do protagonismo na animação e coordenação”.

“Homens de sabedoria, portadores de simplicidade e desprendimento que permitiram que surgissem dos leigos mais simples e mesmo analfabetos autênticos animadores e evangelizadores nos locais de trabalho, nas famílias e nas comunidades”, assinala a nota de imprensa.

Segundo a equipa nacional da LOC/MTC, as comemorações do 75.º aniversário, dedicadas ao tema ‘Com a audácia do passado, recriar a humanização do trabalho’, continuam nas dioceses ao longo de 2011, encerrando com um encontro nacional a 27 de Novembro, na diocese do Porto.

Em declarações à ECCLESIA, Fátima Almeida, coordenadora nacional deste organismo sublinha que no próximo mês de Março, “todas as dioceses vão envolver-se em reflexões sobre a situação que se vive actualmente no mundo do trabalho” e “a importância das organizações e estruturas associativas para a solução de alguns problemas”.

A coordenadora nacional da LOC/MTC realça também que uma aposta “na economia social” poderá ajudar “na resposta às situações actuais”.

O terceiro mês do ano será dedicado aos encontros de formação que se realizarão em Braga, Porto, Coimbra (contarão também com a presença de elementos das dioceses de Aveiro, Viseu, Guarda), Lisboa (com as dioceses de Leiria, Santarém e Setúbal). Estas actividades terão a presença de alguns economistas: Manuela Silva, Rogério Roque Amaro e Américo Mendes.

«Tempo para o trabalho e tempo para a família» será o tema seminário internacional a realizar em Junho. “Iremos reflectir sobre a falta de tempo que as famílias sentem para o apoio aos filhos”, disse Fátima Almeida, acrescentando que se vai falar também sobre “a questão do desemprego e dos horários de trabalho”.

Nos meses de Maio e Junho, as dioceses promovem também encontros, convívios e dias de solidariedade entre os elementos deste organismo da Acção Católica, iniciativas que pretendem “dar a conhecer a LOC”.

Actualmente, as dioceses estão dinamizadas para incorporar as suas actividades normais na festa dos 75 anos da deste organismo da Igreja Católica.

“Temos presente aqueles que começaram este caminho de evangelização no mundo operário”, afirmou José Rodrigues, vice-coordenador nacional da LOC/MTC à ECCLESIA.

O mote destes 75 anos da LOC passa pelo recordar as pessoas que iniciaram a associação católica, a “começar pelo padre Abel Varzim, o primeiro assistente nacional, que entendeu ser importante criar na Igreja este espaço de reflexão”.

Nascida em Portugal no ano de 1936, a partir dos Círculos Católicos de Operários e da União Social Católica, este movimento aparece integrado nos organismos especializados da Acção Católica para adultos do meio operário: LOC – Liga Operária Católica para os homens e LOCF – Liga Operária Católica Feminina para as mulheres.

No entanto, tudo começou em 1932, quando o presidente da Acção Católica Portuguesa, D. Ernesto Sena de Oliveira, pediu aos padres Abel Varzim e Manuel Rocha, que estudavam ciências sociais na Universidade de Lovaina, a elaboração do projecto de bases da mesma Acção Católica, ainda nascente, não suspeitando, decerto, que estava a tomar uma decisão de enorme alcance histórico.

RM/LFS/OC

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