Decisão tomada na Grécia por responsáveis das duas Igrejas
Lisboa vai acolher o terceiro fórum Católico-Ortodoxo, a ter em lugar no ano de 2012, após responsáveis destas Igrejas terem acolhido o convite endereçado por D. José Policarpo.
“Aceitámos calorosamente o convite feito por Sua Eminência, o Cardeal-Patriarca de Lisboa, de organizar o terceiro fórum Católico-Ortodoxo em Portugal, em 2012”, refere o comunicado final do Fórum que decorreu em Rodes, na Grécia, de 18 a 22 de Outubro.
Segundo os participantes – 17 representantes das Igrejas ortodoxas da Europa, excepto a da Bulgária, e outros 17 católicos, incluindo D. Manuel Felício, da Guarda – o encontro de 2012 será uma ocasião para “aproximar ainda mais os nossos pontos de vista teológicos e espirituais, para o bem comum das nossas Igrejas e o serviço da sociedade”.
Em declarações à RR, o padre Duarte da Cunha, secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), revelou que a reacção dos presentes ao convite do Patriarca de Lisboa: “Todos ficaram muito contentes e aceitaram este convite”.
O segundo Fórum, em Rodes, foi dedicado às “Relações entre a Igreja e o Estado”. Para D. Manuel Felício, que representou a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), católicos e ortodoxos comunidades estão empenhados em “defender o valor da humanidade” e combater a crise de valores.
“Uma Europa sem valores como é que há-de ter futuro, se não há quem a ajude a recuperar valores?”, questiona o vogal da Comissão Episcopal responsável pelo diálogo ecuménico.
D. Manuel Felício falou do exemplo português da Concordata, documento assinado em 2004.
“Sem sacrificar a autonomia da Igreja e do Estado, é um contributo muito válido para o bem comum da sociedade”, indicou à RR.
O comunicado final, assinado pelos 34 presentes, manifesta “satisfação” pelo respeito da religião como um “direito fundamental” na Europa.
Nesse contexto, é pedido aos “governantes e políticos” um compromisso em “garantir a liberdade religiosa na Europa e no mundo, lutando contra qualquer forma de discriminação com base na religião”.
No documento, refere-se ainda o “perigo representado por uma sociedade secularizada, sem pontos de referência moral e sem um plano”.