Cardeal-patriarca presidiu hoje à ordenação de quatro sacerdotes e um diácono no Mosteiro dos Jerónimos
Lisboa, 04 jul 2021 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu hoje à ordenação de um diácono e quatro sacerdotes, no Mosteiro dos Jerónimos, e pediu a cada um para ser coerente, o que implica “ser profeta”, e alertou para a “popularidade fácil”.
“Ser profeta implica viver positivamente o facto de ser divinamente garantido, mesmo quando humanamente pouco aceite”, afirmou na homilia da Missa.
D. Manuel Clemente lembrou que “a popularidade fácil pode ser sinal de infidelidade grande”, disse que a vocação ao sacerdócio implica “contraste em relação ao que vulgarmente se diz e pratica” e indicou que para ser coerente é necessário “aprender ser profetas”, o que durará “há de preencher o ministério” durante “todos a vida”.
“Neste ponto não há lugar para ilusões, apenas para convicções. Só tereis de estranhar se parecer fácil”, afirmou.
Na tarde deste domingo, foram ordenados sacerdotes os diáconos António Ribeiro de Matos, Patrice Nikiema, Pedro Figueiredo e João Silva, do Patriarcado de Lisboa, e ordenado diácono Daniel Matequeme Mateus, da Congregação dos Missionários do Verbo Divino.
António Ribeiro de Matos estudou Gestão de Marketing e disse, em declarações ao jornal Voz da Verdade, que deseja “ser um padre que cria pontes”; João Silva licenciou-se em Animação Sociocultural e depois decidiu entrar no Seminário para ser padre e diz ter “grande alegria” e “uma expectativa grande” para o exercício do sacerdócio.
Patrice Nikiema nasceu na Costa do Marfim, é filho de emigrantes do Burkina Faso e o quinto de seis irmãos foi o primeiro a emigrar, para terminar os estudos em carpintaria, afirmando agora o valor da “abertura à missão”; Pedro Figueiredo licenciou-se em Gestão e afirma ao jornal Voz da Verdade sentir “uma grande felicidade” pela ordenação sacerdotal.
A Missa de ordenação sacerdotal decorreu no Mosteiro dos Jerónimos; D. Manuel Clemente presidiu à celebração, com a presença dos bispos auxiliares de Lisboa, D. Joaquim Mendes, D. Daniel Henriques e D. Américo Aguiar, sacerdotes, membros da Congregação do Verbo Divino e familiares do novo diácono e dos novos sacerdotes.
No homilia da Missa, o bispo de Lisboa sublinhou a proposta de assumir o ministério diaconal e presbiteral como uma profecia, afirmando que ser profeta não é “motivo de tristeza”, antes “sinal de que se encontrou a perfeita alegria”.
Para D. Manuel Clemente, a profecia indica “princípios de vida e de convivência” que “pareciam assentes”, mas é necessário lembrar, “a começar pelo que respeita à vida humana e à dignidade intrínseca de todo o seu percurso, do ventre materno à morte natural”, a consciência como “saber refletido”, que tanto se manifesta “na ação como na objeção” e a “justa repartição dos bens”.
Sem referir o “relatório Matic”, que recomenda a limitação da objeção dos profissionais de saúde em matéria de aborto na União Europeia, D. Manuel Clemente disse que a consciência de cada pessoa “tem de ser respeitada e não lesada por qualquer pressão exterior, ‘legal’ que fosse – como sucederia, por exemplo, obrigando-se um profissional da saúde a colaborar contra vontade na prática do aborto ou da eutanásia”.
Durante a homilia, o cardeal-patriarca de Lisboa disse também que, após a pandemia, o “novo normal” não poderá “manter e muito menos ampliar o fosso – quase precipício – entre os pouquíssimos que têm quase tudo e os muitos que não têm nada, ou quase nada”.
“A tudo isto e muito mais se aplica a missão profética”, concluiu D. Manuel Clemente na homilia da Missa de ordenação de quatro sacerdotes e um diácono.
PR