Lisboa: Patriarcado reorganiza ação dos bispos

Auxiliares deixam de ter regiões pastorais ou serviços específicos

Lisboa, 18 nov 2011 (Ecclesia) – O Patriarcado de Lisboa anunciou que o cardeal D. José Policarpo redefiniu as “funções do ministério episcopal” na diocese, atribuindo maiores competências aos responsáveis das vigararias [conjunto de paróquias] e vigários gerais.

Em decreto publicado na página diocesana na Internet, D. José Policarpo justifica a necessidade de “repensar as concretizações pastorais do ministério dos Bispos tendo em vista o princípio que vem já do pontificado do cardeal D. António Ribeiro”, pela “diminuição do número de bispos auxiliares”.

Os bispos deixarão, assim, de ter atribuídos uma “região pastoral ou setores específicos”, passando a ter “toda a diocese” como âmbito do exercício do seu ministério. Deixarão de estar presentes, como era habitual, nas reuniões vicariais do clero, assumindo o vigário “a responsabilidade que lhe é própria”.

No documento, D. José Policarpo escreve que “na diocese há um único ministério episcopal, exercido por várias pessoas, o patriarca de Lisboa e os seus bispos auxiliares”.

O jornal ‘Voz da Verdade’ adianta que, para a coordenação das quatro regiões pastorais da diocese, o cardeal-patriarca criou a função de vigários coordenadores: na região pastoral de Lisboa, o cónego Luís Alberto Carvalho; na região pastoral termo oriental, o padre Rui Pedro Trigo Carvalho; na região pastoral termo ocidental, o cónego Mário Pais; na região pastoral do Oeste, o padre Ricardo Franco.

Segundo este decreto sobre o ‘Ministério Episcopal na Diocese de Lisboa’, vão ser retomadas as visitas pastorais, cujo modelo “será brevemente apresentado à diocese”.

Com vista à valorização do Crisma que é apontado pelo cardeal-patriarca como “plenitude da iniciação cristã”, é concedida a dois vigários gerais, cónegos Francisco Tito e Nuno Isidro Cordeiro, a faculdade de administrar este sacramento em toda a diocese.

Em ordem “à coesão do presbitério” os bispos vão, ainda, privilegiar “o acompanhamento dos presbíteros”, manifestando como prioridade “a disponibilidade para o diálogo pessoal”.

D. Nuno Brás, o novo auxiliar nomeado pelo Papa em outubro, diz à ECCLESIA que se retoma “aquilo que foi uma intuição” do cardeal António Ribeiro, “o facto de existir um ministério episcopal, que depois se concretiza nestas três pessoas, o senhor patriarca, como bispo da diocese, e os dois auxiliares”.

Para o prelado, que vai ser ordenado bispo este domingo, no Mosteiro dos Jerónimos, é lógico “abandonar” a divisão geográfica da diocese e esperar que os bispos se dediquem “mais ao que é específico do ministério episcopal”.

O Patriarcado, cujo território não coincide com o do distrito da capital, engloba mais de 2,3 milhões de pessoas (1,9 milhões de católicos), de Lisboa até à Nazaré, e perto de 300 paróquias.

Apesar destas diferenças, o novo auxiliar diz que existe “uma unidade, uma diocese que é una”, admitindo que, pela sua extensão, precisaria de “mais bispos”.

O cardeal-patriarca, D. José Policarpo, tem como bispo auxiliar D. Joaquim Mendes, ao qual se junta agora D. Nuno Brás.

VV/PTE/OC

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