Lisboa: Patriarca desafia novas gerações a recriar mundo com olhar de Jesus

D. Manuel Clemente convidou jovens para peregrinação à Comunidade de Taizé em agosto

Mafra, Lisboa, 20 abr 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa incentivou os jovens a deixarem-se “purificar” pelo olhar de Deus e que depois este olhar “recrie o mundo”, na 12.ª Jornada Diocesana da Juventude (JDJ), este domingo, em Mafra.

“A nossa felicidade está no nosso coração purificado, um coração sem mistura, com um olhar que não seja turvo, que não tenha segundas intenções mas a única intensão com que Deus constantemente nos cria, nos faz viver e constantemente nos recria na relação que estabelece connosco e em todos quantos no espírito de Jesus recriam o mundo também”, revelou D. Manuel Clemente.

A reflexão partiu do tema do encontro ‘Felizes os puros de coração, porque verão a Deus’ e o cardeal-patriarca apelou aos 1200 participantes da JDJ que se deixem “purificar de Deus” através do “olhar, da beleza, de uma bondade absoluta” e que depois também recriem o mundo.

“Um olhar apaziguador reconstrói as vidas, às vezes nem é preciso dizer nada”, acrescentou o prelado, assinalando que todos sabem, “por experiência própria”, que existem “olhares que dão paz” e outros não.

Segundo D. Manuel Clemente, que propôs aos jovens que o acompanhem à Comunidade Ecuménica de Taizé (França) em agosto, ser “puro de coração” é ter um coração como “se imagina e acredita” que seja o de Deus.

Aos jovens destacou que “quem tem o coração puro é “bem-aventurado e em qualquer circunstância vê a Deus”, um sentido que “é mais do que oftalmológico” uma vez que “os cegos e invisuais não” estão excluídos e “às vezes veem a Deus melhor”.

Neste contexto, o cardeal-patriarca deu como exemplo três jovens católicos, um francês e dois italianos, em quem a bem-aventurança se realizou estando por isso está ao “alcance de todos” desde que cultivem “os sentimentos de Jesus”.

“No comportamento e olhar de Jesus encontram a pureza inicial em que as coisas nascem e renascem, em que as coisas são criadas e se recriam”, disse D. Manuel Clemente, observando que em Jesus não se encontra nada que “seja turvo, enviesado”.

Desta forma, o cardeal-patriarca frisou que no olhar de Jesus o “mundo recria-se” e há o convite “a renascer e a purificar a impureza, a sombra no coração” onde cada um no seu contexto é convidado na vocação matrimonial, sacerdotal, religiosa a “chegar aos outros”.

Na JDJ houve ainda um momento dedicado a perguntas onde D. Manuel Clemente respondeu, por exemplo, que o momento mais difícil da sua vida cristã “é o que falta”.

Ao pedido de conselhos para que cada um abra os olhos e ver Deus, o prelado explicou que são cristãos “a medida em que a história de Jesus” passa a ser a de cada um, onde “cabe a esperança e a tragédia do mundo”

“A atualidade de Jesus é uma história aberta onde a nossa também cabe. O problema de muitas histórias é que são mal contadas ou onde a nossa não cabe”, alertou.

Com as novas tecnologias mais presentes na vida de cada um e se esta são fator limitante ou mais-valia à vivência da fé, o patriarca comentou que “é bom estar na primeira linha das descobertas” mas alertou para o “sentido das coisas e na fronteira da ciência e da técnica pediu que façam a constante pergunta: ”Isto torna-me melhor? Corresponde às necessidades da humanidade?”

O programa da JDJ do Patriarcado de Lisboa contou com uma exposição com associações, movimentos e instituições da Igreja, encontros temáticos, concertos e terminou com a Eucaristia presidida por D. Manuel Clemente na Basílica de Mafra.

CB

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