Lisboa: Jovens promovem a vigília «Obrigado Bento XVI»

Jovens vestiram a t-shirt do movimento «Eu Acredito», que se juntou para receber Bento XVI em 2010

Foto: Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 03 jan 2023 (Ecclesia) – O Comité Organizador Diocesano de Lisboa para a JMJ 2023 convidou os jovens do patriarcado a vestir a t-shirt da iniciativa ‘Eu Acredito’, para participarem numa Missa e numa vigília de oração por Bento XVI, presididas pelo cardeal-patriarca.

“Vamo-nos encontrar, vamos rezar, vai ser bom”, disse D. Manuel Clemente, aos jornalistas, esta segunda-feira, entre a Eucaristia de sufrágio e a vigília de oração pelo Papa emérito, na Sé.

O cardeal-patriarca de Lisboa explicou que são estes jovens que “estão mais ligados à preparação” da próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, “que se reúnem todas as noites, fazem vigílias de oração, e agora quiseram fazer também esta”.

‘Obrigado Bento XVI’ foi o mote para a vigília de oração pelo Papa emérito organizada pelo COD de Lisboa, que convidou os participantes a vestirem a t-shirt do ‘Eu Acredito’, um movimento de jovens que se uniram para receber o Papa alemão em Portugal, em maio de 2010.

“Esta marca do ‘Eu Acredito’ não ficou só naquela altura mas foi marcando muitos jovens ao longo destes anos, também na visita do Papa Francisco a Portugal, e hoje, neste dia, queremos associar todos estes jovens, alguns hoje menos jovens, com sentido de gratidão por todo o ministério do Papa Bento, e, neste momento, estamos juntos a rezar por ele”, disse o coordenador do Comité Organizador Diocesano de Lisboa, em declarações à Agência ECCLESIA.

Para João Clemente “foi muito marcante, e considera que “ninguém ficou indiferente àquela onda azul que estava no Terreiro do Paço”, na Missa com o Papa Bento XVI, e que depois o acompanhou ao longo das outras celebrações, em Fátima e no Porto, na visita realizada entre 11 e 14 de maio de 2010.

O coordenador do Comité Organizador Diocesano de Lisboa recordou que a iniciativa ‘Eu Acredito’ foi “um sinal de comunhão da Igreja”, um sinal de que os jovens independentemente do caminho onde estão, seja nas paróquias, seja nos movimentos, “seria muito bonito todos os jovens de Lisboa se juntarem para acolherem o Santo Padre”.

João Clemente, em declarações à Agência ECCLESIA, salientou que isso “perdura até hoje”, por exemplo quando se fala da preparação da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, que se vai realizar de 1 a 6 de agosto na capital portuguesa.

O Papa Bento XVI participou em três edições da JMJ – Colónia, Alemanha (2005), Sydney, Austrália (2008) e Madrid, Espanha (2011) – e, segundo o coordenador do COD Lisboa, pode marcar a edição portuguesa “em dois sentidos muito importantes, uma presença orante”, porque os últimos anos de vida foram “de oração, de recolhimento”, e “um grande testemunho de simplicidade”, porque com “tanta azáfama” é preciso recordar que este “é um encontro com Jesus na simplicidade”.

A vigília de oração pelo Papa emérito Bento XVI contou com o apoio do Setor de Animação Vocacional do Patriarcado de Lisboa, do CeUC – Pastoral Universitária de Lisboa, da Catequese de Lisboa, da Pastoral Familiar de Lisboa, das EJNS – Equipas de Jovens de Nossa Senhora, do CUPAV – Centro Universitário Padre António Vieira e dos jovens do Movimento Apostólico de Schoenstatt.

Para além da vigília de oração à noite, os jovens foram convidados a participar na Missa de sufrágio pelo Papa emérito, ao final da tarde, também na Sé de Lisboa.

CB

 

Foto: Patriarcado de Lisboa

Maria Silva, tem 25 anos, é da Encarnação de Mafra mas vive em Lisboa, e no fim do trabalho, como “ainda tinha tempo”, foi para a Sé; em 2010, esteve no Santuário de Fátima, num 13 de maio que coincidiu com a Quinta-feira da Ascensão, feriado municipal na sua terra, por isso foi “à aventura” com “a mãe e mais três primos”.

“Lembro-me da atmosfera do entusiasmo que havia à volta do Papa. Até ai, eu tinha 7 anos quando faleceu João Paulo II, o Papa propriamente dito era João Paulo II, e passou a ser Bento XVI: Nele destacaria grande amor à verdade, que no fundo é Jesus Cristo, não há que ter medo da verdade, venha de onde viver, se é o que Deus quer é o melhor que virá, e ele foi consequente com isso até ao fim”, disse à Agência ECCLESIA.

Maria Sofia Martins e António Brito pertencem às Equipas Jovens de Nossa Senhora mas participaram na visita papal de Bento XVI enquanto alunos da Academia de Música de Santa Cecília e do Colégio de São Tomás, respetivamente.

“Tinha 10 anos mas acompanhei com imenso entusiasmo porque estava no Colégio de São Tomás e fizemos questão de estar em tudo aquilo que conseguíamos com o Papa: Na Missa, lembro-me de ver o Papa a passar, um bocadinho tímido mas com sorriso bonito e isso marcou-me”, recordou António Brito, destacando também o momento em que foram à noite para a nunciatura apostólica onde estava Bento XVI.

Maria Sofia Martins lembra um “grande envolvimento da Academia de Música” neste visita e, em especial, “um momento de grande carinho” de Bento XVI à chegada a Portugal, ainda no aeroporto, onde foi recebido com “uma música especialmente escrita para esse encontro”.

“Foi muito bonito porque foi uma grande emoção, estávamos um bocadinho incrédulos de termos recebido aquele convite, o Papa saiu do avião e com a sua simpática e carinho cumprimenta o coro, faz um olhar como quem diz ‘obrigada por estarem aqui’”, recordou à Agência ECCLESIA.

O Papa emérito marcou estes dois entrevistados das Equipas Jovens de Nossa Senhora pelos seus muitos livros, pela “importância à liturgia bem vivida e bem celebrada”, à Missa, os “discursos muito racionais que ajudam muito”, num mundo que, às vezes, “faz parecer que ser católico é ter uma espécie de superstição”.

Duarte Folque, está no 4º ano do Seminário dos Olivais, do Patriarcado de Lisboa, e salienta que todos que estudam Teologia são “de alguma forma marcados pelo legado de Bento XVI”: “Em grande medida, pelo menos eu que ainda sou novo, estamos a experimentar e a beber muito daquilo que o Santo Padre deixou à Igreja”.

À Agência ECCLESIA recordou que em 2010, com 13 anos, foi com os pais, “com muita alegria”, ver o “momento histórico do Papa em Portugal”, já acompanhava várias coisas do Papa e “tinha muita curiosidade, e foi um momento muito marcante ver o Papa no Terreiro do Paço, acompanhar o seu percurso”, e estar com a família numa “experiência de verdadeiro encontro com Jesus e de verdadeiro testemunho do Papa, que veio como peregrino”.

 

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Agência ECCLESIA

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