Lisboa: JMJ é uma oportunidade para relançar uma “multidão juvenil de vários continentes” depois da «depressão pandémica»

D. Manuel Clemente presidiu à Missa de São Vicente, padroeiro principal da diocese e insígnia da cidade

Lisboa, 22 jan 2022 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou hoje na Homilia da Missa de São Vicente que a Jornada Mundial da Juventude é uma oportunidade para a Igreja e a cidade relançarem uma “multidão juvenil de vários continentes” depois da pandemia.

“Juntaremos em alegria, fraternidade e paz uma multidão juvenil dos vários continentes, para a relançar, evangelicamente impulsionada, depois da depressão pandémica que atingiu duramente a sua faixa etária”, afirmou D. Manuel Clemente.

O cardeal-patriarca presidiu à Missa de São Vicente, na padroeiro principal da Diocese de Lisboa e insígnia da cidade, “tirada da nau que lhe trouxe as relíquias”, com a participação do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

“A preparação em que estamos da próxima Jornada Mundial da Juventude é oportunidade de excelência para que todos – Igreja e cidade – nos reencontremos no grande serviço que ela há de ser”, afirmou D. Manuel Clemente na homilia da Missa.

“Como a nau de Vicente, chegaremos a bom porto”, indicou o cardeal-patriarca, evocando a chegada das relíquias de São Vicente à Diocese de Lisboa

D. Manuel Clemente evocou o exemplo para a atualidade do martírio de São Vicente, que era diácono de Saragoça no princípio do século IV e, diante da perseguição romana aos cristãos, foi testemunha “por palavras e obras” daquilo em que acredita, e que “atinge o cerne da história” num “veio profundo, “nem sempre é detetável, mas determina realmente o futuro”.

“Refiro-me ao verdadeiro martírio, importa dizer, em função do que nos define como humanidade no seu melhor, e não a contrafações que, mesmo com rijeza individual, nos desumanizariam a todos. O mal nunca tem mártires, apenas fanáticos”, afirmou.

O cardeal-patriarca lembrou que S. Vicente “foi mártir do Evangelho da justiça e da paz” e o seu exemplo “frutificou depressa e muito”, cujas relíquias foram de Valência para o Algarve e depois trazidas para Lisboa pelo primeiro rei de Portugal.

“A nau em que chegou fez-se emblema da cidade, as relíquias que guardamos apelam à sua imitação. Para que sejamos terra de justiça e de paz, evangelicamente praticadas”, referiu.

D Manuel Clemente sublinhou que “não é irrelevante para a cidade ter como brasão um sinal de serviço e não qualquer outro, de cariz bélico ou episódico que fosse”.

“São Vicente lembra-nos a todos a prioridade que era a sua: o cuidado dos pobres e a atenção aos necessitados. Foi isso que trouxe à cidade com a nau que a representa. É em todas essas frentes que nos acompanha agora, decisores e cidadãos em geral, com especial encargo para os seus verdadeiros devotos”.

Durante a celebração, as relíquias do mártire São Vicente foram veneradas pelos participantes e os diáconos presentes renovaram o seu compromisso de ordenação.

PR

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Agência ECCLESIA

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