Lisboa em festa para o Corpo de Deus

A cidade de Lisboa prepara-se para celebrar com toda a Igreja, amanhã, a Festa do Corpo de Deus, reafirmando a centralidade o mistério da Eucaristia na fé cristã. A partir das 17h30, terá lugar, à Praça do Município, a Missa Solene do Corpo de Deus, presidida pelo Cardeal-Patriarca D. José Policarpo. Segue-se a habitual procissão pela Baixa lisboeta, rumo à Sé, passando pelo Largo de S. Julião, Rua Nova do Almada, Rua do Carmo, Praça D. Pedro IV (Rossio), Rua da Betesga, Rua da Prata, Rua da Conceição, Largo da Madalena e Rua de Santo António à Sé. As paróquias e irmandades da Baixa-Chiado organizam a Missa e a Procissão do Corpo de Deus. O Pe. Mário Rui, pároco de S. Nicolau, explica ao programa ECCLESIA que estas celebrações “têm uma longuíssima tradição na história da Igreja”. Este momento acontece numa semana marcada por inúmeras propostas por parte das paróquias da Baixa-Chiado: desde o dia 11 de Junho, várias igrejas desta zona da cidade vivem momentos de Adoração do Santíssimo Sacramento, Meditações Eucarísticas, concertos e ainda um arraial popular (animado por grupos de jovens) na véspera da Procissão, dia 14, a partir das 20h30, no Largo do Carmo. “Todos os anos, uma multidão de fiéis acompanha Cristo pelas ruas e já há muitos anos que é assim, também em Lisboa. O Corpus Christi foi instituído no século XIII e em Lisboa acontece, praticamente desde essa época”, explica o Pe. Mário Rui. O sacerdote lembra que as descrições das procissões eram “muito interessantes” e lembra que no tempo de Filipe I, este escrevia às filhas que “na nossa cidade, a procissão do Corpo de Deus é a mais antiga e a mais participada de todas as procissões”. “A procissão de Lisboa é como as que se realizam um pouco por todo o reino, reconhecendo ser esta muito mais concorrida e mais solene”, relatava. No tempo de D. João V a procissão ganhou ainda maior importância. Os estrangeiros que andavam pela capital portuguesa, em 1730, diziam da procissão que esta “ultrapassa, em pompa, tudo o que se faz no resto da Cristandade”. As ruas estavam adornadas com flores, verduras e panos de damasco. No século XIX a procissão é simplificada, acabando, em 1910, por ser interrompida. Logo que foi retomado o culto público, em dias santos, a irmandade do Santíssimo Sacramento tratou de a valorizar. Em 1963, o Patriarca de Lisboa, Cardeal António Ribeiro, retomou a prática da procissão na cidade, que se tem repetido até hoje. “Esta é sempre uma procissão de fé e por isso o Cardeal-Patriarca D. José Policarpo estabeleceu, a partir de 2003, que a procissão passasse a ser organizada pelas irmandades do Santíssimo Sacramento, na Baixa, onde se dá todos os anos a bênção sobre a cidade de Lisboa”, explica o Pe. Mário Rui. Dossier AE Corpus Christi

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top