Lisboa: Associação CAIS quer criar na cidade um espaço sociocultural que seja símbolo de «fraternidade e gratuidade»

Organização solidária de apoio aos sem-abrigo lançou desafio a 29 empresas parceiras

Lisboa, 21 jun 2013 (Ecclesia) – A Associação CAIS quer apostar, em conjunto com empresas parceiras, na criação em Lisboa de um “Espaço Abrigo” que contribua para esbater barreiras sociais e onde a fraternidade seja palavra de ordem.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o diretor executivo daquela organização solidária de apoio aos sem-abrigo explica que o que se pretende com este projeto é criar “um espaço sociocultural de todos para todos, crianças, jovens, adultos, idosos, ricos ou pobres, um espaço de cidadania”.

A ideia é também “promover saberes, culturas, conhecimentos, experiências, artes marginais, que muitas vezes não cabem nas notícias” e “dar oportunidade a quem queira que possa ser voz”, das mais diversas formas, “sem ter de se preocupar com dinheiro”, pois o “sonho” da CAIS pretende ser também um símbolo de “gratuidade” numa sociedade onde tudo parece ter um preço.

“Ainda que eu não possa ter um mundo fraterno, que tenha 10 mil metros quadrados em Lisboa de fraternidade”, realça Henrique Pinto.

Esta ideia do Espaço Abrigo foi apresentada pela primeira vez esta quinta-feira em Lisboa, durante a renovação do protocolo “Projeto Abrigo”, que a CAIS tem atualmente com 29 empresas parceiras.

“Antes de mais temos de ter um imóvel para começar, e para isso precisaremos da colaboração destas empresas e de outras que possam entrar futuramente neste protocolo”, sublinha o diretor executivo da Associação.

Quando foi lançado, o “Projeto Abrigo” integrava cinco empresas e “tem crescido” de ano para ano, numa relação que contribui sobretudo para o preenchimento de necessidades relacionadas com a realização das atividades da CAIS junto das populações mais carenciadas, sejam necessidades monetárias ou logísticas.

De acordo com Henrique Pinto, “o Projeto Abrigo tem crescido na medida do que é possível”, já que “as empresas vivem também momentos aflitivos, de transformações internas, de redução, de redimensionamento”.

“Parceiros nossos que ontem eventualmente colaboravam mais hoje debatem-se com mais limites”, salienta aquele responsável.

A relação da CAIS com estas “e outras empresas com as quais não existem protocolos firmados” é um exemplo de como o setor económico pode fazer da sua atividade um meio para a defesa “do valor da dignidade humana”.

 “As empresas precisam de se humanizar, o setor económico desligou-se, distanciou-se desta proximidade que deve ter com as pessoas, preferiu os produtos, preferiu os serviços às pessoas, quando deviam ter em conta o bem-estar das pessoas”, sustenta Henrique Pinto.

JCP

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