Lisboa 2023: Jovens animados com a partilha, no Encontro «Rise Up» da JMJ

Participantes refletem sobre os «grandes temas lançados no pontificado do Papa Francisco», a ecologia integral, a amizade social e a fraternidade universal

Loures, 02 ago 2023 (Ecclesia) – Jovens peregrinos da Arquidiocese de Braga participaram hoje no primeiro Encontro ‘Rise Up’ da JMJ 2023, um novo modelo de catequeses da Jornada, em Camarate, e destacaram a importância de passar para um “registo mais de partilha”.

“Criamos uma conexão entre os diferentes, nós somos jovens ainda perguntamos coisas diferentes que o bispo com mais experiência nessas áreas explica. Acho que é mais importante refletirmos em grupo do que estarmos todos sentados só a ouvir”, disse Teresa Novais, do Grupo de Jovens da Polvoreira, em Guimarães, à Agência ECCLESIA.

O Comité Organizador Local da JMJ Lisboa 2023 explica que os Encontros Rise UP desafiam os jovens a refletir sobre os “grandes temas lançados no pontificado do Papa Francisco”: a ecologia integral (Laudato si’), a amizade social e a fraternidade universal (Fratelli tutti) e a misericórdia (Misericordia et misera); e têm a presença de um bispo para falar e celebrar com eles.

No Parque Desportivo de Camarate, na manhã desta quarta-feira, 2 de agosto, esteve D. Ildo Fortes, bispo cabo-verdiano, o qual salientou que o Papa Francisco “é muito sensível ao setor da juventude”, e, “muitas vezes, os jovens não são ouvidos”.

Esta Jornada Mundial da Juventude, que é feita sobretudo a pensar nos jovens, foi intensão da organização central pensar que os jovens possam ser protagonistas; acho que os jovens precisavam de ouvir hoje em dia alguém que lhes dissesse: ‘tenham coragem, não pautem pelo mínimo, sejam capazes de querer mais’”.

A jovem Cristiana Botelho, de Vila do Conde, também afirmou que “é sempre bom” aprenderem com pessoas que têm mais experiência, como o bispo de Mindelo: “Temos oportunidade de sermos nós a pôr as perguntas, a expor as nossas dúvidas e ter alguém que vai responder e esclarecer muito melhor certos assuntos”.

O 1.º Encontro Rise UP convidou os participantes da pensarem sobre a ‘Ecologia integral’, esta iniciativa começou com a animação e a oração da manhã, depois, os jovens tiveram momentos de reflexão e trabalhos de grupo, antes da partilha e das perguntas, essencialmente sobre vocação, que fizeram ao bispo de Cabo Verde.

“Questões diversas, sobre o mal, sobre a Igreja, a minha vocação, sobre o Evangelho, sobre a questão ecológica. Foi muito bom. Sentimos que mais tempo houvesse, mais tínhamos continuado aqui nesta dinâmica de diálogo”, comentou D. Ildo Fortes.

Sobre a sua vocação, o bispo recordou que surgiu quando já tinha estado com o Papa João Paulo II duas vezes: “no Parque Eduardo VII, em 1982, foi já maravilhoso, e, no ano seguinte, em Roma com os jovens”.

“Foi num encontro destes com multidão, de ouvir o Papa que nos desafia diretamente; Estes encontros são sumamente importantes para o despertar de uma vocação: celebrações, na Palavra de Deus que vão ouvindo, no silêncio, no contacto com vocacionados, nas trocas de experiência, em perceber que o mundo é mais do que o meu umbigo, tudo são ingredientes que podem descobrir a sua vocação”, desenvolveu.

Sobre o tema ‘Ecologia Integral’, as duas jovens da Arquidiocese de Braga partilharam algumas preocupações sustentáveis que têm no dia-a-dia, como a poupança de água e de energia, a reutilização, “para não comprometer as gerações futuras”, salientou Teresa Novais, “ajuda a ter muito mais empatia pelo outro, a ter sempre atenção a como o outro se sente”, acrescentou Cristiana Botelho.

As entrevistadas estão a participar pela primeira vez numa edição internacional da Jornada Mundial da Juventude, que começou esta terça-feira, 1 de agosto, com a Missa de abertura no parque Eduardo VII, e vai terminar no domingo, dia 6.

“Foi um dos cenários mais bonitos que vi na minha vida, ver tanta gente, imensa, que acredita o mesmo que eu. Eu sinto que, às vezes, nós sentimo-nos sozinhos na religião e que vários jovens não querem saber e ao estar lá e ver aquela alegria toda, tantas nacionalidades, é algo que vou levar pata o resto da minha vida. Foi mesmo lindo”, firmou Cristiana Botelho.

Já Teresa Novais está a viver um momento “especial, é uma coisa única, diferente”, ainda só passou o primeiro dia mas está a “gostar muito”.

“Está a ser fenomenal ver tantos jovens unidos. As pessoas são boas, todas muito divertidas”, referiu a jovem da Polvoreira, em Guimarães.

A Jornada Mundial da Juventude, que Portugal recebe pela primeira vez, é um encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, que reúne centenas de milhares de participantes durante cerca de uma semana, em iniciativas religiosas e culturais, sob a presidência do Papa.

Até hoje houve 14 edições internacionais da JMJ – que decorrem de forma alternada com uma celebração anual em cada diocese católica: Roma (1986), Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

CB/OC

 

Este Encontro ‘Rise Up’, em Camarate, foi animado pelas Servas de Nossa Senhora de Fátima, uma congregação religiosa portuguesa, que estão a comemorar 100 anos, em 2023; a irmã Isabel Martins afirma que a JMJ é “muito importante, um acontecimento de Igreja”, ao qual não poderiam ficar de fora.

“Estamos no coração da Jornada, não só com a animação desta catequese mas sobretudo na nossa casa geral, no largo de São Mamede, muito perto do Parque Eduardo VII onde damos a conhecer Luiza Andaluz, a nossa fundadora, que tem processos de beatificação aberto e como ela e através dela Deus quer que haja luz no mundo”, explicou à Agência ECCLESIA.

A consagrada indicou também que as Servas de Nossa Senhora de Fátima também estão na Feira Vocacional da JMJ Lisboa 2023, em Belém, porque a dimensão vocacional “é fundamental nas Jornada Mundiais da Juventude” e este é um modo de se darem a conhecer, “é um ambiente propício” a que neste ambiente de Igreja, de multidão, os jovens estarem “juntamente com outros que acreditam, e ajuda à abertura a Deus e à escuta de Deus e ao chamamento de Deus”.

Josefina Silva, natural de Moçambique, é pré-noviça desta congregação portuguesa e está pela primeira vez numa edição internacional da JMJ, onde a “experiência está a ser muito boa”.

“Eu fico muito feliz por ver esta multidão que deixaram as suas famílias, os seus haveres, os seus trabalhos, as suas casas, e vieram à procura do Senhor, que é o Senhor de todos. Desejo a todos para seja um momento mesmo de encontro com Deus e a exemplo de Maria levemos Jesus nos nossos corações ao encontro dos nossos irmãos”, desenvolveu a jovem entrevistada.

Luiza Maria Langstroth Figuera De Sousa Vadre Santa Marta Mesquita e Melo (1877-1973), Luiza Andaluz, nasceu a 12 de fevereiro de 1877, no Palácio Andaluz em Marvila (Santarém), no seio de uma família abastada; tirou o diploma de professora primária e, em 1923, abriu o Colégio Andaluz, instituição que hoje continua através do Politécnico de Santarém, e fundou as Servas de Nossa Senhora de Fátima.

O Papa Francisco aprovou a publicação do decreto que reconhece “as virtudes heroicas” de Luiza Andaluz, a 19 de dezembro de 2017.

As Servas de Nossa Senhora de Fátima estão presentes em Portugal, Bélgica, Luxemburgo, Brasil, Guiné-Bissau e Moçambique.

 

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Agência ECCLESIA

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