Lisboa 2023: «Jornada Mundial da Juventude vai mudar forma de ver a Igreja e a fé» – Mariana Frazão

Responsável pela Direção de Pastoral e Eventos Centrais admite resistência de algumas pessoas, por causa do impacto na vida da cidade, mas acredita numa «conversão» perante a festa da juventude católica

Foto: JMJ Lisboa 2023

Lisboa, 21 jul 2023 (Ecclesia) – A responsável pela Direção de Pastoral e Eventos Centrais da JMJ Lisboa 2023 considera que a Jornada Mundial vai “mudar” a forma de ver a Igreja e a fé, por força do entusiamo dos jovens participantes.

“Acredito que a Jornada Mundial da Juventude vai mudar a forma de vermos a Igreja e a fé. E acredito que os jovens, a partir, daqui vão sentir, de facto, este sentimento de missão”, disse Mariana Frazão, convidada da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, publicada e emitida aos domingos.

Admitindo que algumas pessoas “estão um bocadinho reticentes”, face ao impacto da concentração de centenas de milhares de pessoas, na sua vida diária, a responsável aponta a uma mudança de atitude perante o contacto direto “com tantos jovens, com tanta alegria, espetáculos vindos do mundo inteiro”.

“As pessoas convertem-se também à Jornada Mundial da Juventude”, acrescenta.

A diretora de Pastoral e Eventos Centrais no Comité Organizador Local (COL) da JMJ Lisboa 2023 assume que a primeira edição internacional deste encontro, no país, “vai ter um cunho português”, dando como exemplo a apresentação de cante alentejano para o Papa, pelo Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento.

“Não queremos deixar de ter este este cunho português nestas celebrações e nestes eventos centrais e garantir também que aquilo que é Portugal pode estar presente em todas estes estes momentos”, declara.

A responsável acredita que polémicas como as que rodearam a construção dos altares-palcos estejam superadas.

“A Jornada Mundial da Juventude é algo muito maior do que aquilo que muitos dos portugueses estão à espera”, sustenta.

Mariana Frazão mostra-se confiante no trabalho realizado até agora para minimizar eventuais problemas que podem acontecer ao longo da semana, testemunhando o impacto de “ver as coisas a acontecer, a ser construídas”, as primeiras movimentações e ensaios nos locais dos encontros com o Papa.

“Somos todos chamados a ajudar e somos todos chamados a construir este grande acontecimento”, apela.

A entrevistada destaca o Festival da Juventude, que vai ocupar mais de 100 espaços, com propostas culturais de todo o mundo que visam “ajudar as pessoas a poder viver e saborear um bocadinho do que é a Jornada.

“Não há forma de deixarmos a cidade vazia com tantos peregrinos e tantos portugueses que vêm para a Jornada Mundial da Juventude”, insiste.

Falando um desafio “espetacular”, a diretora de Pastoral e Eventos Centrais no COL assume o objetivo de ouvir os jovens e as suas preocupações, como vai acontecer em três manhãs da JMJ, com os chamados encontros ‘Rise Up’.

“Acontecem em diferentes paróquias, auditórios, espaços grandes, para discutirmos alguns temas que são muito queridos ao Santo Padre, a ecologia integral, a amizade social, a misericórdia”, precisa.

Ao longo da semana, um verbo específico vai orientar os eventos centrais: de 1 a 4 de agosto, no Parque Eduardo VII, os imperativos “parte”, “apressa-te”, “alegra-te” e “acredita”; já no Parque Tejo, a 5 e 6 de agosto, “agradece” e o “levanta-te”.

“Quisemos garantir que há um caminho espiritual para todas as pessoas que vão viver a Jornada Mundial da Juventude, que todos juntos estamos a viver o mesmo e a rezar o mesmo”, adianta Mariana Frazão.

Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

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