Papa pede orações para a JMJ e a sua viagem
Cidade do Vaticano, 30 jul 2023 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje orações para a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, projetando a sua próxima viagem a Portugal.
“Peço que me acompanheis com a oração na viagem que vou fazer a Portugal, a partir da próxima quarta-feira, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude”, disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.
A intervenção foi saudada pelo vários grupos de jovens presentes na Praça de São Pedro, acompanhados pelas bandeiras dos seus países, a caminho de Lisboa.
“Muitos jovens de vários continentes experimentam a alegria do encontro com Deus e com os irmãos, guiados pela Virgem Maria, que depois da anunciação se levantou e partiu apressadamente”, acrescentou Francisco, apontando ao tema da JMJ 2023.
“A Ela, estrela luminosa do caminho cristão, tão venerada em Portugal, confio os peregrinos da JMJ e todos os jovens do mundo”, concluiu.
Na sua reflexão dominical, o Papa tinha desafiado os jovens a escolher Jesus Cristo como o seu bem “mais precioso”, que “muda” a vida.
“Não percamos tempo e liberdade com coisas triviais, passatempos que nos deixam vazios por dentro, enquanto a vida nos oferece todos os dias a pérola preciosa de um encontro com Deus e com os outros”, indicou.
Francisco visita Portugal pela segunda vez, de 2 a 6 de agosto, para presidir à próxima edição internacional JMJ, que decorre em Lisboa.
O Papa, que vai rezar no Santuário de Fátima na manhã de 5 de agosto, tem vários encontros previstos com estudantes, jovens e moradores de um bairro social, além de autoridades políticas e representantes da sociedade civil.
A a chegada do Papa está prevista para as 10h00 do dia 2 de agosto, ao Aeroporto de Figo Maduro, seguindo-se a cerimónia de boas-vindas no Palácio de Belém (10h45) e, pelas 12h15, o encontro com entidades civis e diplomáticas no Centro Cultural de Belém.
De tarde, o Papa encontra-se com o primeiro-ministro de Portugal, na Nunciatura Apostólica (16h45), e preside à oração de vésperas no Mosteiro dos Jerónimos, pelas 17h30, com membros do clero e dos institutos de vida Consagrada.
O programa de 3 de agosto começa pelas 09h00, na sede da UCP, para um encontro com jovens universitários, onde vai ouvir o testemunho de uma refugiada iraniana, seguindo-se uma visita à sede de ‘Scholas Occurentes’, em Cascais, pelas 10h40.
‘Scholas Occurrentes’ é uma organização internacional de direito pontifício presente em 190 países dos cinco continentes que, através da sua rede, integra meio milhão de redes educativas.
O primeiro encontro com os peregrinos da JMJ acontece pelas 17h45, no Parque Eduardo VII, com a cerimónia de acolhimento.
A 4 de agosto, o Papa começa por confessar alguns jovens, no Parque do Perdão (Belém), às 09h00, seguindo-se um encontro com representantes de centros de assistência Sociocaritativa no Centro Paroquial de Serafina, em Lisboa.
Francisco almoça com jovens, na Nunciatura Apostólica, e o programa do dia encerra-se com a celebração da Via-Sacra, pelas 18h00, no Parque Eduardo VII, com reflexões escritas por jovens dos cinco continentes.
A 5 de agosto, sábado, o Papa desloca-se para Fátima, em helicóptero, desde a Base Aérea de Figo Maduro, chegando à Cova da Iria para recitar o terço com jovens doentes, pelas 09h30, na Capelinha das Aparições.
A estadia no Santuário de Fátima conclui-se pelas 11h00, regressando Francisco a Lisboa, onde às 18h00 decorre o tradicional encontro privado – nas viagens internacionais – com os membros da Companhia de Jesus (Jesuítas), no Colégio de S. João de Brito.
Os momentos conclusivos da JMJ Lisboa 2023 decorrem a partir das 20h45, no Parque Tejo, com a vigília de oração.
Francisco regressa ao local no domingo, pelas 09h00, presidindo à Missa final da JMJ e à recitação do ângelus; de tarde, às 16h30, decorre o encontro com os voluntários da Jornada, o Passeio Marítimo de Algés.
A cerimónia de despedida, na Base Aérea de Figo Maduro, está marcada para as 17h30.
O diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, adiantou aos jornalistas que Francisco vai falar em espanhol – com exceção do primeiro discurso, em Belém, que será em italiano –, nas 11 intervenções previstas em Lisboa e Fátima.
“O Papa conhece a cultura portuguesa”, sublinhou o porta-voz do Vaticano, destacando que os discursos vão incluir referências a escritores como “Pessoa e Saramago”. “Podemos esperar algumas palavras, nesse sentido”, acrescentou. Quanto à JMJ, Matteo Bruni projetou que as várias intervenções do Papa vão constituir uma “grande catequese”, com atenção aos “medos e sonhos” dos jovens e denunciando tentativas de “explorar” as novas gerações, mesmo virtualmente. A primeira edição internacional da JMJ depois da pandemia vai ser marcada por “dias ricos de encontros”, com os jovens, acompanhados por mais de 700 bispos e 20 cardeais envolvidos nos encontros ‘Rise Up’. A delegação do Papa vai incluir o cardeal Farrel, prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, bem como o cardeal português D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação. |
A visita de cinco dias do Papa constitui a mais longa das viagens papais a Portugal, até hoje.
Questionado sobre um eventual encontro de Francisco com vítimas de abusos sexuais, Matteo Bruni precisou que o mesmo será divulgado sempre “depois” de ter acontecido, “se existir”.
“Estes encontros, quando acontecem, acontecem de forma reservada, para facilitar o processo de cura, que é sempre pessoal, íntimo”, precisou.
Em maio de 2017, Francisco tornou-se o quarto Papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI (13 de maio de 1967), João Paulo II (12-15 de maio de 1982; 10-13 de maio de 1991; 12-13 de maio de 2000) e Bento XVI (11-14 de maio de 2010); São João Paulo II cumpriu ainda uma escala técnica no Aeroporto de Lisboa (2 de março de 1983), a caminho da América Central.
O tema da JMJ Lisboa 2023 é ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’, uma passagem do Evangelho segundo São Lucas (Lc 1,39).
O encontro mundial, que Portugal recebe pela primeira vez, inclui na sua programação um conjunto de eventos religiosos, culturais e desportivos.
OC
Desde a sua eleição pontifícia, em 2013, Francisco visitou 60 países: Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica, Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bulgária, Macedónia do Norte, Roménia, Moçambique, Madagáscar, Maurícia, Tailândia, Japão, Iraque, Eslováquia, Chipre, Grécia (após ter estado anteriormente em Lesbos), Malta, Canadá, Cazaquistão, Barém, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Hungria; Estrasburgo (França) – onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa -, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Genebra (Suíça). |
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