Líderes das Igrejas lusófonas estudam novas áreas de cooperação

As presidências das conferências episcopais dos países de língua oficial portuguesa têm reunião marcada na Guiné-Bissau de 17 a 20 de Janeiro, para aquele que irá constituir o seu V encontro oficial. O projecto de apoio ao desenvolvimento das rádios católicas, a geminação de paroquias e as acções de voluntariado, que têm crescido nos últimos anos, irão merecer um olhar atento dos bispos presentes, dispostos a estudar novas áreas para a cooperação. O estreitamento das relações entre as Igrejas de língua portuguesa é um processo que se intensificou por ocasião da abertura das comemorações dos 500 anos de evangelização no espaço das comunidades cristãs fora da Europa, no âmbito da jurisdição portuguesa, em 1996. “Desta vez não vamos apenas reunir-nos, mas aproveitamos para ir de encontro à realidade do povo: vamos celebrar Eucaristias nas catedrais de Bissau e Bafatá, reunir com a população, o cardeal Patriarca de Lisboa vai proferir uma conferência sobre a Fé e a Política, as duas dioceses locais virão organizar uma exposição de artesanato, etc.”, refere à Agência ECCLESIA o secretário da CEP, D. Tomaz Silva Nunes. Além das partilha de preocupações e perspectivas sobre a realidade social, cultural, política e religiosa de cada país, os representantes das oito Igrejas lusófonas irão abordar o tema da formação dos seminaristas. “Tem havido já muitas iniciativas em colaboração com a Universidade Católica Portuguesa, que promovem uma melhor formação para os futuros sacerdotes”, explica. Como exemplo desta nova abordagem está a troca e valorização de recursos humanos, de onde o bispo auxiliar de Lisboa destaca “o intercâmbio entre sacerdotes”. “Os resultados são muito positivos”, assegura o secretário da CEP. D. Tomaz Silva Nunes destaca nos encontros a consciência de unidade entre as Conferências Episcopais, unidade que tem “na língua comum e na tradição histórica de convivência” o seu suporte. Esta assembleia, que sucede às de Fátima, Luanda, Brasília e Cabo Verde, terá como pano de fundo a partilha de preocupações e o desenvolvimento de uma maior entreajuda eclesial. As dificuldades de subsistência económica de várias Igrejas e a coordenação dos vários organismos que se desenvolvem acções de apoio aos países lusófonos (onde se destaca a Fundação Evangelização e Culturas – FEC) estarão também na ordem do dia. A FEC arrancou em 2000, a partir de uma base de aproximação mais formal entre estas Igrejas irmãs, para a consolidação de estratégias comuns sobre a maneira de estar presente na sociedade. Nascida do trabalho realizado pelo Secretariado Nacional para as Comemorações dos Cinco Séculos de Evangelização e Encontro de Culturas, compete-lhe privilegiar o incremento da comunhão da Igreja em Portugal com as Igrejas de língua oficial portuguesa.

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