Liberdade Religiosa: Fundação pontifícia alerta para «violência crescente contra a Igreja na Nigéria»

Ajuda à Igreja que Sofre denuncia rapto de um sacerdote e outro «assassinado a tiro», neste mês de junho

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 14 jun 2023 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alertou para “uma onda de violência contra a comunidade cristã” na Nigéria, após o rapto de um sacerdote, este domingo, e o assassinato de “um jovem padre”, há uma semana.

“O padre Charles Onomhoale Igechi foi assassinado a tiro numa emboscada numa estrada em Ikpoba Pkha, no Estado de Edo, na manhã da passada quarta-feira, dia 7 de junho; um jovem padre, ordenado há menos de um ano, até ao momento desconhece-se a razão deste crime”, explica o secretariado português da AIS, na informação enviada à Agência ECCLESIA.

O arcebispo de Benin, D. Augustine Akubeze, manifestou “grande consternação” pela morte violenta do jovem sacerdote, que “foi baleado e morto enquanto regressava ao seu local de trabalho”, em mensagem enviada para a Fundação AIS Internacional.

O padre Charles Onomhoale Igechi, ordenado presbítero no dia 13 de agosto de 2022, era vice-diretor do Colégio de São Miguel, em Ikhuniro, entre outras funções de responsabilidade.

A fundação pontifícia contabiliza que, nos últimos dois meses, foram sequestros, “pelo menos, mais três sacerdotes”, vítimas de emboscadas nos Estados de Delta e Imo, no sul e sudeste do país, o caso mais recente, foi este domingo, dia 11, o padre Jeremiah Yakubu foi raptado por homens armados na reitoria da Paróquia da Santíssima Trindade, em Kardu, Diocese de Kafanchan, no Estado de Kaduna, sendo libertado na segunda-feira, 12 de junho.

Neste âmbito, a Ajuda à Igreja que Sofre alerta também para o “rapto de jovens, especialmente raparigas”, como Leah Sharibu, a jovem cristã raptada de uma escola em Dapchi, que “é particularmente chocante”; a 15 de maio celebrou 20 anos e foi o seu sexto aniversário “em cativeiro”, após ter sido raptada, com cerca de uma centena de colegas, a 19 de fevereiro de 2018.

A AIS recorda que os raptores, do grupo ‘Boko Haram’, levaram à força 110 alunas e todas foram libertadas, poucas semanas depois, menos Leah Sharibu, “a única cristã do grupo que recusou renunciar à sua fé”, tinha 14 anos de idade.

Em 2022 foram raptados 28 sacerdotes, quatro foram assassinados, e a fundação lamenta que sejam “cada vez mais comuns as notícias de violência contra pessoas da Igreja na Nigéria”, no país “mais populoso de África e também a maior economia”, com cerca de 206 milhões de habitantes, e salienta que estes casos “ajudam a perceber a importância” da sua campanha ‘SOS Cristãos da Nigéria’, promovida em Portugal, durante a Quaresma deste ano.

Na Diocese de Makurdi, por exemplo, há sete campos para deslocados internos, pessoas que tiveram de abandonar as suas casas e que, agora, “dependem totalmente da ajuda da Igreja para sobreviverem no dia-a-dia”.

CB/OC

 

 

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