Liberdade de religião é «aquisição de civilização política»

Bento XVI pede fim dos entraves para a transmissão de um património de fé, de valores e de cultura

O Papa Bento XVI qualificou a liberdade religiosa como “uma aquisição de civilização política e jurídica” na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2011, hoje divulgada pelo Vaticano.

“Todas as pessoas devem poder exercer livremente o direito de professar e manifestar, individual ou comunitariamente, a própria religião ou a própria fé, tanto em público como privadamente, no ensino, nos costumes, nas publicações, no culto e na observância dos ritos”, escreve.

Para o Papa, a exclusão da religião da vida pública “subtrai a esta um espaço vital que abre para a transcendência”.

“Como se pode negar a contribuição das grandes religiões do mundo para o desenvolvimento da civilização?”, pergunta, sublinhando que “a busca sincera de Deus levou a um respeito maior da dignidade do homem”.

«Liberdade Religiosa, caminho para a paz» é o tema da 44ª Jornada Mundial da Paz, celebrada na Igreja Católica, desde 1968, a 1 de Janeiro.

Bento XVI recorda que no próximo ano tem lugar o 25.º aniversário da Jornada Mundial de Oração pela Paz, que o falecido Papa João Paulo II convocou em Assis, Itália, em 1986.

“Naquela ocasião, os líderes das grandes religiões do mundo deram testemunho da religião como sendo um factor de união e paz, e não de divisão e conflito”, lembra o actual Papa.

“A recordação daquela experiência é motivo de esperança para um futuro onde todos os crentes se sintam e se tornem autenticamente obreiros de justiça e de paz”, acrescenta.

Noutra passagem da sua mensagem, Bento XVI escreve que a “educação religiosa é estrada privilegiada para habilitar as novas gerações a reconhecerem no outro o seu próprio irmão e a sua própria irmã”.

Para tal, defende o Papa, “a família fundada sobre o matrimónio, expressão de união íntima e de complementaridade entre um homem e uma mulher” é “a primeira escola de formação e de crescimento social, cultural, moral e espiritual dos filhos”.

“Os próprios pais deveriam ser sempre livres para transmitir, sem constrições e responsavelmente, o próprio património de fé, de valores e de cultura aos filhos”, pede.

Desde 2006, os temas escolhidos pelo actual Papa para a celebração de 1 de Janeiro foram a verdade, a dignidade da pessoa, a unidade da família humana, o combate contra a pobreza, o meio ambiente e, agora, a liberdade religiosa.

A mensagem para 2011, com 15 pontos, pode ser consultada no site oficial do Vaticano.

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