«Pessoas idosas, e também mais jovens, estão alojadas nas suas casas, mesmo nas que estão danificadas», adiantou à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
Beirute, 21 jul 2020 (Ecclesia) – O diretor da Comissão Patriarcal Maronita para a Juventude, monsenhor Toufic Bou-Hadir, alertou que “há pessoas a aproveitar-se” da “catástrofe” da explosão em Beirute, a capital do Líbano, para “comprar terras e casas aos cristãos.”
“Com todo o respeito pelas pessoas que têm outras crenças religiosas, não podemos vender casas cristãs a outras pessoas. Não queremos mudar a demografia. A terra não tem apenas valor material. É a nossa dignidade; é onde se encontram as nossas raízes”, disse em entrevista à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Na informação divulgada pelo secretariado português da AIS, monsenhor Toufic Bou-Hadir adianta que alegadamente 300.000 famílias foram deslocadas devido à explosão de 4 de agosto.
“As pessoas querem ficar. Várias pessoas idosas, e também mais jovens, estão alojadas nas suas casas, mesmo nas que estão danificadas”, acrescentou.
Monsenhor Toufic Bou-Hadir adiantou que os líderes da Igreja trabalharam com os políticos para frustrar os especuladores de propriedades ao aprovar leis que impedem os fiéis de vender as suas casas.
Segundo a AIS, o diretor da Comissão Patriarcal Maronita para a Juventude destacou que os jovens têm trabalhado arduamente como voluntários para limpar as ruas dos escombros provocados pela explosão e fornecer mantimentos de emergência às famílias.
A Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, a nível internacional, enviou uma ajuda de emergência no valor de 250 mil euros para aquisição de cabazes alimentares, para apoiar cinco mil famílias.
Monsenhor Bou-Hadir, que agradeceu a AIS “por ajudar a prestar o apoio essencial”, após a explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amónio armazenados no porto de Beirute, quando no início, “só havia choque”.
“As pessoas estavam apenas concentradas em tentar sobreviver. Agora, as pessoas estão a perceber o impacto total do que aconteceu e a perceber quão duro e difícil será o futuro, mas a nossa esperança é Cristo”, explicou o diretor da Comissão Patriarcal Maronita para a Juventude, divulga o secretariado português da AIS.
O Papa Francisco também enviou um donativo de 250 mil euros, através do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), e os Jesuítas em Portugal lançaram uma campanha de angariação de fundos para ajudar o Líbano e as populações atingidas pela explosão em Beirute.
CB