Líbano: Fundação AIS lança campanha para ajudar população

Igreja local permanece na ajuda à população numa situação «de crise e pobreza» agravada por bombardeamentos das forças israelitas

Lisboa, 03 out 2024 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS) lançou uma campanha de ajuda ao Líbano e alerta para “enorme crise e pobreza” existente no país, agravada agora com bombardeamentos das forças israelitas, e consequente êxodo de cristãos.

“O país já atravessava uma profunda crise económica, com uma inflação galopante que conduziu as famílias para a miséria. Mas, agora, tudo está ainda pior”, diz a responsável do secretariado da Fundação AIS, numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA.

Catarina Martins de Bettencourt fala na urgência de gestos de solidariedade necessárias para acompanhar a comunidade cristã do Líbano, que conta com a Igreja libanesa como “porto de abrigo”.

“A situação é horrível, estamos em perigo constante”, reporta a irmã Maya El Beaino, religiosa da congregação das Irmãs dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, que permanece no país.

Os bombardeamentos, desde segunda-feira, realizados pelas forças israelitas, especialmente na região sul do país, estão a evidenciar a situação de enorme fragilidade em que já se encontrava o Líbano e a Fundação pede ajuda para os muitos que apesar dos bombardeamentos “procuram ficar nas suas casas” através da campanha «SOS Líbano».

“Tenho 37 anos e já vivi mais de cinco guerras no Líbano. Não é fácil viver num país onde num dia se está bem e no outro é preciso esconder-se dos mísseis”, explica a irmã Maya El Beaino.

Foto: LUSA

“Não há nenhum hospital por perto e só temos três horas de eletricidade por dia. Isso significa que não temos água nem ligação à Internet para contactar a Cruz Vermelha”, relata.

Marielle Boutros receia que esta nova guerra possa provocar outro êxodo, diminuindo ainda mais a presença e a influência dos cristãos nesta região tão sensível do globo.

“Toda a gente fala das pessoas que fugiram por causa dos ataques, mas ninguém fala dos muitos cristãos que escolheram ficar porque têm medo de perder a sua casa e a sua terra para sempre”, explica a religiosa.

A Fundação AIS desenvolve 200 projetos no Líbano, muitos já estavam direcionados para ajuda de emergência, e que se tornam agora, “mais necessários”.

Na diocese de Sidon, D. Maroun Ammar dá conta da ajuda alimentar necessária a dar a quem abandonou as suas casas e se refugiou em espaços da diocese.

“As pessoas estão agora a viver em salões das igrejas, pelo que vão precisar de alimentos, produtos sanitários, colchões, cobertores e, se a situação se mantiver, vamos precisar de aquecimento para o Inverno, embora, claro, esperemos que isto não dure tanto tempo”, dá conta Marielle Boutros, coordenadora dos projetos da Fundação AIS para o Líbano.

Catarina Bettencourt pede apoio para as “irmãs e para os padres” que permanecem no terreno para ajudar a “população em sofrimento”.

“É nos momentos de angústia que se vê a nossa solidariedade. E é isso que peço, uma vez mais, a todos os benfeitores e amigos da Fundação AIS. Nesta hora de aflição em que o Líbano volta a ser um campo de batalha, é preciso ir em socorro dos que mais sofrem é preciso ajudar as famílias cristãs que estão assustadas e de mãos completamente vazias. A vossa ajuda é essencial, tal como as vossas orações”, conclui a responsável do secretariado português da fundação pontifícia.

LS

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