Leiria-Fátima: Diocese aposta em formação de agentes para acompanhar jovens no pós-JMJ

Assembleia Diocesana debateu Pastoral Juvenil, apontando à responsabilização das novas gerações

Leiria, 23 set 2023 (Ecclesia) – A Diocese de Leiria-Fátima vai apostar na formação de agentes pastorais para o acompanhamento dos jovens, em cada comunidade, promovendo a dinâmica gerada pela preparação e celebração da Jornada Mundial da Juventude.

“O acompanhamento dos jovens que participaram na JMJ deve ser feito, fundamentalmente, a nível local, nas paróquias. Para isso, estamos a desenvolver um plano de formação para agentes de Pastoral Juvenil, capacitando-os devidamente para esse acompanhamento”, disse hoje à Agência ECCLESIA o padre André Baptista, diretor do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ).

O plano terá momentos de formação espiritual e pedagógica, com a ajuda da Escola Diocesana ‘Razões de Esperança’.

Após a JMJ, a Diocese de Leiria-Fátima reuniu os líderes que acompanharam os jovens, na JMJ, projetando o futuro imediato.

“Procuramos que fosse com algum realismo e algum distanciamento da emoção que é própria destes eventos, para que se possa criar alguma estrutura mais consistente”, indica o sacerdote.

A assembleia diocesana de Leiria-Fátima, que decorre ao longo deste sábado, incluiu no seu programa uma reflexão sobre o tema “Ser Igreja com os jovens”, com a presença dos agentes pastorais das várias comunidades.

“A Jornada Mundial da Juventude foi vivida com tal entusiasmo, não apenas pelos jovens e por quem os acompanhou, mas por toda a sociedade e toda a Igreja. É importante colher a perspetiva de todos para perceber que caminho vamos trilhar a seguir”, sustenta o padre André Baptista.

A assembleia diocesana promove este ano uma participação “mais ativa”, com voz aos responsáveis das comunidades, numa “perspetiva sinodal”.

“Todos são chamados a dar a sua palavra”, conclui o diretor do SDPJ.

O programa inclui oficinas temáticas que visam uma exploração mais profunda dos temas do projeto pastoral, entre eles o objetivo de “escutar os jovens, acolhê-los e proporcionar-lhes um espaço significativo na vida da Igreja”.

Inês Gaspar, do SDPJ, disse à Agência ECCLESIA que, na oficina temática dedicada à Pastoral Juvenil, foram apresentadas “muito boas ideias”, que passam por uma maior responsabilização das novas gerações.

“É preciso responsabilizar os jovens, antes que se vão embora”, destacou.

Após a experiência de preparação e celebração da JMJ, a entrevistada indica a importância de não olhar apenas para “eventos grandes”, promovendo também momentos de oração e interioridade.

Rita Francisco, membro do SDPJ, considera necessário “chegar junto dos jovens”, após a dinâmica criada pelo encontro mundial.

“Não podemos perder este entusiasmo, não podemos perder a onda da Jornada”, defende.

A entrevista aponta a um maior envolvimento das comunidades católicas no trabalho com os jovens, desenvolvendo um “sentido de pertença”.

“A Igreja é de todos e a Jornada trouxe isso, toda a comunidade tem de estar envolvida”, finaliza.

Esta assembleia diocesana, convocada por D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, marca o início do triénio 2023-2026, com o tema ‘Pelo Batismo somos Igreja viva’.

Os trabalhos decorreram Seminário de Leiria, visando “aprofundar a fé e a comunhão na comunidade cristã, fortalecendo o compromisso com a evangelização, a sinodalidade e o ministério na Igreja”.

D. José Ornelas disse à Agência ECCLESIA que a diocese está “bem motivada”, inspirada pelo caminho sinodal e a JMJ.

“Foi uma experiência eclesial muito boa, não só em Lisboa”, sublinhou.

O responsável acredita que, na preparação do encontro mundial de jovens, se criaram “relações duradouras que vão ficar”.

“Isso motiva-nos para que nos sintamos uma Igreja mais forte, mais livre, com maior coragem”, apontou.

O bispo de Leiria-Fátima assinala o envolvimento dos jovens, que devem ser “protatonistas” na Igreja e não meros “utentes”.

A Assembleia Diocesana abordou ainda a questão do “cuidado da fragilidade”, em particular a proteção de menores, criando uma “cultura nova”, na Igreja e no país.

“Isso está presente, vai estar presente e nunca vai ser esquecido”, concluiu.

HM/OC

Notícia atualizada às 16h47

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