Centro Padre Alves Correia lamenta exclusão de muitas pessoas na votação
Lisboa, 26 Jan 2022 (Ecclesia) – A responsável do Gabinete de Comunicação do Centro Padre Alves Correia (CEPAC) considerou “importante” refletir sobre a integração da população migrante, quando se aproximam as eleições legislativas.
“Efetivamente, ainda não é possível para a população estrangeira, residente em Portugal, participar nesta votação de uma forma alargada”, disse Mariana Hancok à Agência ECCLESIA.
“Há exceção da população brasileira, que estabeleceu um acordo de reciprocidade, não é possível exercer o direito de voto”, acrescentou, em entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).
O Centro Padre Alves Correia, instituição de apoio aos migrantes ligada aos Espiritanos, em Lisboa, tem feito um “trabalho de sensibilização para a questão do recenseamento” e “importância de participar ativamente nesse ato eleitoral”, sublinhou Mariana Hancok.
Numa democracia “saudável” e em “processo de amadurecimento”, assinala, deve ser “contemplado e refletido” o direito ao voto.
Na questão da cidadania,” para que seja plena”, tal como a participação política, “deverá ser plena”, a responsável do Gabinete de Comunicação do Centro Padre Alves Correia realça que todos deverão ter acesso a estas questões.
Se a população migrante pudesse votar, “seria muito interessante fazer sondagem para apurar os resultados e a intenção de voto desta população”, frisou.
A entrevistada recorda que as pessoas residentes no país “são afetadas por decisões políticas e políticas públicas”.
O CEPAC acompanha a população migrante em diferentes contextos sociais, mas o importante é que esta comunidade “possa expressar as suas preocupações” e “influenciar as políticas”.
Mariana Hancok diz que é fundamental que as políticas públicas tenham “em consideração o melhor interesse da população” que o CEPAC atende, “que por norma são pessoas ainda em fase de regularização ou mesmo em situação irregular”.
“Há muitos atrasos de consultas, portanto é essencial que o Sistema Nacional de Saúde seja cada vez mais robusto”, alerta.
PR/LFS/OC