Legionários de Cristo reconhecem abusos sexuais cometidos pelo seu fundador

Caso fora encerrado em 2006 pela Congregação para a Doutrina da Fé

Os responsáveis máximos dos Legionários de Cristo admitiram em comunicado que o seu fundador, Pe. Marcial Maciel, cometou abusos sexuais sobre seminaristas menores, pedindo desculpa por não ter ouvido os seus acusadores.

Num comunicado divulgado a 25 de Março, os responsáveis dirigem-se “a todos aqueles que tenham sido afectados, feridos ou escandalizados com as acções reprováveis do nosso fundador, o Pe. Marcial Maciel Degollado”.

Essas acções, pode ler-se, “incluíam actos de abusos sexuais de seminaristas menores”. “Profundamente consternados, devemos dizer que estes factos aconteceram”.

“Levou tempo para assimilarmos estes factos da sua vida. Para muitos – especialmente para as vítimas – este tempo foi excessivamente longo e doloroso”, reconhece o documento.

Os Legionários de Cristo reconhecem que “nalgumas ocasiões não pudemos ou não soubemos ir ao encontro de todos como era necessário e como, de facto, era o nosso desejo”.

Em 2006, após a análise das acusações, que datavam de 1998, a Congregação para a Doutrina da Fé, sob a orientação do novo Prefeito, Cardeal William Levada, decidiu “tendo em conta a idade avançada do Pe. Maciel, bem como a sua precária saúde – renunciar a um processo canónico e convidar o Padre a uma vida reservada de oração e penitência, renunciando a qualquer ministério público”.

A nota oficial assegurava que a decisão surgiu após um “maduro exame”, iniciado quando o actual Papa ainda era Prefeito do referido Dicastério.

Os Legionários de Cristo admitem agora que o seu fundador “teve uma filha resultado de uma relação prolongada e estável com uma mulher e outras condutas graves”. Posteriormente, “apareceram outras duas pessoas, irmãos entre si, que afirmam ser filhos dele, fruto de uma relação com outra mulher”.

“Desaprovamos estes e todos os actos contrários aos deveres de cristão, religioso e sacerdote na vida do Pe. Maciel e afirmamos que não correspondem ao que nos esforçamos para viver na Legião de Cristo e no Movimento Regnum Christi”, conclui a nota, disponível em português no site oficial.

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