Lamego: «Nada de desanimar nesta pandemia» –  D. António Couto (c/vídeo)

Bispo diocesano apresentou a carta «Abrir e semear sulcos de paz e de esperança» e à construção de um «mundo novo»

Lamego, 26 set 2020 (Ecclesia) – O bispo de Lamego apresentou hoje a Carta Pastoral para o ano 2020-2021, que tem por tema “Abrir e semear sulcos de paz e de esperança”, onde pede a todos os diocesanos que não desanimem.

“Nada de desanimar nesta pandemia”, afirmou D. António Couto na apresentação da Carta Pastoral, que este ano decorreu numa sessão nas redes sociais da Diocese de Lamego.

Numa mensagem vídeo, divulgada hoje, o bispo de Lamego afirmou que as coisas não podem “continuar como estão”, num “novo normal”, “nem sequer simplesmente voltar ao como estavam antes, o normal”.

“Voltar simplesmente ao que era antes é pouco, é catastrófico. Nós temos de voltar ao mundo novo, carregado de esperança e de perspetivas novas”, sublinhou.

“Temos de ser habitantes de uma esperança grande e não gente resignada a coisas meramente normais, daquelas que se compram e se vendem. Não basta mudar o quadro, mantendo sempre o mesmo prego. É mesmo preciso mudar o prego e talvez também a parede”, afirmou

D. António Couto lembrou a condição de filiação divina e a certeza de que “Deus acompanha o seus filhos no meio desta pandemia”.

Fotos: Agência ECCLESIA

Na Carta Pastoral que apresenta o tema e o programa para o Ano Pastoral 2020-2021, o bispo de Lamego aponta para uma “missão essencial” nos próximos meses, que “não é fazer muitas coisas”, mas “ajudar a Igreja a fazer-se”, referindo que em causa está “uma missão paradigmática e não apenas programática”.

“É para essa missão essencial, paradigmática, que vos apelo a todos, a mim próprio e a todos”, afirmou..

Diante da impossibilidade de encontros e eventos presenciais, D. António Couto apela à vivência da esperança e da alegria que vem de Deus “casa a casa, família a família, coração a coração”.

“Nós podemos sempre rezar nas nossas casas, nas nossas famílias, porque Deus é Deus de todas as famílias”, afirmou.

“Não estamos sós. Deus acompanha-nos, caminha connosco, está atento às nossas dores e faz com que a esperança brote no meio das nossas dores. E também brote nomeio dos nossos túmulos”, lembrou.

D.  António Couto lembrou as vítimas da pandemia Covid-19 e afirmou que a vida de cada falecido “não caiu num buraco, mas num sulco e vai dar o seu fruto”.

“Que a nossa vida avance deixando as sementes germinar”, afirmou o bispo de Lamego, que escreveu a Carta Pastoral a partir da imagem dos sulcos na terra onde se colocam as sementes das plantas para sugerir uma sementeira de “paz e esperança” nas 223 paróquias da diocese.

No vídeo de apresentação do programa para o novo Ano Pastoral, o padre Diamantino Alvaíde, coordenador da Pastoral na Diocese de Lamego disse depois que as iniciativas a desenvolver vão ser guiadas por sete orientações essenciais, assumindo desde logo a oportunidade das circunstâncias atuais para “fazer chegar o Evangelho a todos”.

“Dar espaço à criatividade de cada pároco e de cada paróquia”, pensar a uma “escala menor” as propostas do novo ano e apostar em iniciativas “mais arrojadas” para os jovens, tendo por horizonte a JMJ Lisboa 2023 são pistas apontadas pelo coordenador da Pastoral na Diocesana.

O padre Diamantino Alvaíde referiu também a necessidade de dar atenção aos mais idosos com os “meios mais tradicionais”, disse que “em cada mês e em cada tempo forte” vai ser proposto um tema a partir da Carta Pastoral de D. António Couto e lembrou que o tempo atual é uma “oportunidade única para a pastoral do tu a tu”.

O vídeo de apresentação do Ano Pastoral na Diocese de Lamego terminou com a intervenção dos responsáveis por dois departamentos da pastoral diocesana que terão um papel “mais preponderante na ação eclesial”, a presidente da Cáritas Diocesana, Isabel Mirandela, e o padre Luís Rafael, do Departamento da Pastoral de Jovens da Diocese de Lamego

PR

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Agência ECCLESIA

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