Lamego: Bispo propõe que Quaresma seja «tempo de diferença» contra sociedade de «indiferença»

Diocese vai ajudar vítimas da crise económica e crianças na Guiné-Bissau

Lamego, Viseu, 18 fev 2015 (Ecclesia) – O bispo de Lamego, D. António Couto, desafiou os católicos das 223 paróquias da diocese a fazer da Quaresma, que hoje se inicia, um “tempo de diferença, e não de indiferença”, indo ao encontro das “periferias do mundo”.

“Peço aos meus irmãos e irmãs da nossa Diocese de Lamego para abrirmos o nosso coração a todos os que sofrem aqui perto e lá longe", escreve o prelado, na sua mensagem para este tempo litúrgico.

D. António Couto diz que é necessário um “exercício” de despojamento, que dê não só do que “sobra” mas também do que “faz falta”.

“Saúdo com particular afeto todos os doentes, carenciados e desempregados, e as famílias que atravessam dificuldades. Uma saudação muito especial a todos aqueles que tiveram de sair da sua e da nossa terra, vivendo a dura condição de emigrantes”, refere o responsável diocesano.

O bispo de Lamego adianta que uma parte do montante recolhido na tradicional renúncia quaresmal vai financiar o Fundo Solidário Diocesano, criado para ajudar as vítimas da crise económica.

“Olhando para os nossos irmãos e irmãs de longe, vamos destinar outra parte do esforço da nossa caridade para apoiar os 25 Centros de Recuperação Nutricional da Guiné-Bissau”, acrescenta.

Este é um projeto da Fundação Fé e Cooperação (FEC), instituída em 1990 pela Conferência Episcopal Portuguesa e pela Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal.

D. António Couto recorda depois a mensagem do Papa para a Quaresma 2015, na qual Francisco “lança um forte apelo contra a indiferença generalizada e globalizada”.

Neste contexto, pede-se às paróquias que promovam a iniciativa proposta pelo Papa, o «Dia do Perdão», 24 horas de reconciliação nos dias 13 e 14 de março, sob o lema ‘Deus, rico de misericórdia’.

A Quaresma, que se inicia hoje com a celebração de Cinzas, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Neste contexto surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

OC

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