Lamego: «As pessoas valem por ser pessoas», afirma bispo

D. António Couto visita todas as paróquias da cidade até 26 de julho

Lamego, Viseu, 10 mar 2015 (Ecclesia) – O bispo de Lamego está a visitar as paróquias da cidade, com contactos junto da população que proporcionam momentos “muitíssimos enriquecedores, vivos e importantes”.

“O primeiro apelo de forma significativa é que a Igreja, o bispo, os párocos se aproximem das pessoas, que possa visitá-los e estar com eles”, explica à Agencia ECCLESIA D. António Couto depois da visita a duas das 14 paróquias do Arciprestado de Lamego.

O prelado assinala que pretende visitar as pessoas que estão “mais fragilizadas e doentes”, passando também pelas que “ensinam na catequese” ou “visitam as famílias, os pais das crianças”.

O objetivo é organizar formas de manter “vivas” as metodologias, com a criação de mais grupos de oração, grupos de leitura da Sagrada Escritura, outros que escutem as pessoas “nos bairros e nas ruas” para que possa “acontecer uma verdadeira movimentação de todos” através de “pequenos laços”.

Por outro lado, o bispo da diocese pretende que as pessoas saibam que através da amizade com Cristo podem encontrar “soluções” para os “múltiplos problemas” que afetam uma cidade do interior com “baixa densidade populacional”, onde as “pessoas valem por ser pessoas”.

“É preciso dizer-lhes que valem muito, que contamos com elas e as valorizamo muito”, alerta D. António Couto.

O responsável sublinhar que preparação para visitar paróquias na cidade ou nos meios rurais, onde não existem “escolas, lares e cafés”, é “quase a mesma”.

“O desafio tem sido ir ao encontro das pessoas que existem, nomeadamente dos idosos e sentir que quando estamos juntos a alegria explode. As pessoas sentem-se pessoas porque muitas vezes estão abandonadas por tudo e todos, como se fossem coisas marginalizadas”, desenvolve o bispo de Lamego.

No atual tempo da Quaresma, o prelado desafiou a diocese lamecense a fazer a “diferença” com “proximidade e fraternidade”.

“Senti que estes 15 dias foram uma experiência que se verificou ser útil e oportuna e que queremos continuar”, frisou D. António Couto que vai visitar o Arciprestado de Lamego até 26 de julho.

Em setembro, realiza-se a visita ‘ad limina’ dos bispos portugueses e o interlocutor vai apresentar à Santa Sé uma diocese do interior que “perde sistematicamente” crianças, jovens, pessoas em idade de trabalho, “na força da vida”, e fica “cada vez mais reduzida” a pessoas idosas que requerem uma pastoral de “grande proximidade”.

“É fundamental que não se sintam de braços cruzados e a cair a prazo num certo desânimo e na imobilidade”, acrescentou.

Sobre a 14ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema ‘A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo’, o entrevistado disse ainda que a diocese optou por questionar “amostras de população”, desde pessoas “muito ligadas à Igreja” às mais afastadas, idosos e mais jovens e de diversas áreas culturais.

“Também temos o inquérito online para quem quiser responder às questões que teremos presentes e reuniremos para a síntese final”, comentou D. António Couto.

CB/OC

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