D. Joaquim Mendes diz que novas gerações católicas «não podem ser abandonadas» depois dos grandes encontros, como a JMJ
Fátima, 27 set 2019 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família afirmou que o encontro de formação sobre o tema ‘acompanhar os jovens hoje’, a decorrer em Fátima, concretiza a ideia do Sínodo dos Bispos 2018 de “passar de uma pastoral de setores para uma pastoral de processos”.
“Temos quase todas as dioceses e dos movimentos, gente empenhada, e isto é muito importante também no processo e no caminho de preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ)”, disse D. Joaquim Mendes à Agência ECCLESIA, à margem do encontro em Fátima.
A formação nacional de agentes do setor Juvenil, Vocacional e Ensino Superior quer colocar as novas gerações católicas num “caminho da motivação, do envolvimento, do acompanhamento dos jovens” para a JMJ 2022 e, a partir desse encontro mundial, estarem “motivados para dar continuidade ao acompanhamento”.
“Temos de unir as forças, criar rede e com todas as realidades que se interessam, que acompanham os jovens e estão em relação com os jovens. É um assunto que diz respeito a todos e necessitamos de nos prepararmos para a missão de acompanhar, de ajudar os jovens, de os conduzir ao encontro de Jesus Cristo e à bela experiência eclesial”, desenvolveu.
Segundo D. Joaquim Mendes, a Igreja e comunidade cristã podem ser “uma casa, uma família” para os jovens e “para responder às suas necessidades, aspirações e os seus sonhos”.
A próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude pode ser “uma experiência forte de Deus” para muitos jovens, mas “depois não podem ser abandonados”.
“Os jovens queixam-se muitas vezes que proporcionamos experiências de encontro com Jesus, com o Senhor, mas depois são abandonados. Este encontro vai também ajudar a que isso não aconteça”, salientou.
Pedro Carvalho, da Comunidade Católica Shalom, considera que o segredo para a evangelização juvenil “é ter um coração aberto” e acolher as “diversas expressões, as diversas formas de pessoas que pensam diferente” e ter um “desejo de falar de Deus, de dar Deus às pessoas”.
Para o agente pastoral, o “acompanhamento vai ser esse instrumento de auxílio, de graça de Deus na vida de cada jovem hoje” e a Igreja faz bem em, “cada vez mais, dar importância a este tema e “acompanhar de forma pessoal cada jovem e cada grupo, que faz com que amadureçam na fé”.
Já o diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil afirma que “há vontade” de tentar aplicar as propostas do sínodo, “desafios que cada diocese vai procurando descobrir na sua realidade juvenil”, num país onde esta realidade é “muito diferente de norte a sul”.
“Houve dinamismos muito concretos, encontros que vão proporcionando que os jovens pudessem refletir acerca do sínodo, cada um à sua maneira”, acrescentou o padre Filipe Diniz.
Catarina Duarte, do Departamento da Pastoral Juvenil da Diocese de Lamego, adianta que vão “parar os planos” que tinham para o ano pastoral 2019/2020 e “focar” na exortação pós-sinodal do Papa Francisco ‘Cristo Vive’.
A jovem lamecense, que deu “um abraço bem apertado” ao Papa Francisco, destaca que o acompanhamento está “totalmente” em curso na diocese, “será sempre um tema muito presente” e explica que os jovens “não vão pegar na exortação e lê-la na íntegra”, por isso, precisam que “percebam o que está lá dentro sem lerem”.
O formador, o padre Salesiano Rossano Sala, secretário especial do Sínodo 2018, disse à Agência ECCLESIA que o recente trabalho de auscultação e juventude mostra que é urgente promover projetos “com os jovens”, em vez de “para os jovens”.
A formação que começou esta segunda-feira encerra-se hoje e D. Joaquim Mendes realça que o “especialista” nas questões de pastoral juvenil “tem ajudado sobretudo no acompanhamento dos jovens hoje”, na perspetiva do referido sínodo e na sequência da proposta desse encontro sínodo, onde os temas “da escuta e do acolhimento” foram centrais.
PR/CB/OC