Jubileu: Cristianismo «não pode ser uma teoria alheia ao mundo» – bispo de Aveiro

D. António Moiteiro destacou formas de pobreza e pediu reflexão sobre a Misericórdia na vida da Igreja Católica

Aveiro, 21 nov 2016 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro referiu este domingo que a mensagem da misericórdia “não pode ser uma teoria alheia ao mundo” mas “um compromisso para a Igreja e para cada um”, na Missa de Encerramento do Jubileu da Misericórdia.

“Interroguemo-nos sobre que consequências tem a mensagem da misericórdia divina para a vida do cristão, para a práxis pastoral da Igreja e para o contributo que os cristãos são chamados a dar para a transformação deste mundo, a fim de ser mais justo e mais misericordioso”, disse D. António Moiteiro na homilia da celebração, enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Na Sé de Aveiro, o prelado realçou que as Obras de Misericórdia são a “exigência do ser cristão” que “transcende” a simples justiça ou a mera assistência social.

Segundo D. António Moiteiro, a simples enumeração das obras de misericórdia “ajuda a diferenciar quatro formas de pobreza” e a mais simples de entender é “a pobreza física ou a económica”: “Hoje, a esta forma de pobreza devemos acrescentar o desemprego, as doenças graves e a falta adequada de assistência médica”.

A pobreza física “é a pobreza cultural”, que em caso extremo “é o analfabetismo” e o prelado assinalou que a ausência ou escassez de oportunidades de formação e a exclusão da vida social e cultural “são comuns na sociedade” atual.

A pobreza relacional – “a solidão, a exclusão dos bens da sociedade, a marginalização, os refugiados” – foi a terceira forma mencionada, tendo o bispo diocesano apresentado por último a pobreza espiritual” que “é uma constante nas sociedades ocidentais”.

O bispo diocesano assinalou que o amor é “o principal mandamento cristão” e o perdão “o mandamento do amor aos inimigos”.

Na Eucaristia de encerramento do Ano Santo da Misericórdia, na Solenidade Cristo-Rei, D. António Moiteiro explicou que Cristo revela-se “próximo no próximo”, a partir da leitura do Evangelho.

“O que manifesta a mais profunda identidade do Ser de Deus é o amor, a sua misericórdia para connosco”, observou, acrescentando que Jesus não só anuncia a mensagem da misericórdia do Pai, “como Ele próprio vive o que anuncia”.

Segundo D. António Moiteiro, a Palavra escutada “insiste na verdade” sobre o destino último e sobre o critério com o qual cada pessoa vai ser avaliada.

CB/OC

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