Os movimentos europeus da Juventude Operária Católica (JOC) lançaram uma mensagem de alerta, por ocasião da próxima celebração do 1.º de Maio, marcada pela “crise económica mundial”. No texto enviado à Agência ECCLESIA, é referido que esta é uma crise “causada pela ganância de alguns, pela injustiça e pela falta de humanidade imposta pelas regras do sistema económico”. “Uma crise que, como qualquer crise, é suportada pelos trabalhadores. Os trabalhadores enfrentam o desemprego, os contratos de trabalho temporários, a perda de segurança e de direitos”, acrescenta o documento. Os movimentos europeus da JOC sublinham que “a crise afecta, particularmente, os mais vulneráveis, tais como as mulheres, os jovens, os emigrantes”. A mensagem refere que ao nível do emprego, na Europa dos 15, morrem anualmente 430 jovens. Verifica-se ainda a taxa mais elevada de desemprego: 20% entre 15–19 anos e 18% entre 15-24 anos (dados da Agência Europeia de Saúde e Segurança no Trabalho). “Estes números referem-se a jovens com nomes: como Thomas, jovem aprendiz electricista que morreu num acidente de trabalho; Susana, que perdeu um dedo ao cortar-se na máquina em que laborava; Maria, teve de deixar o trabalho como cabeleireira devido a problemas de pele causados pelos produtos químicos com que trabalhava; Afonso, que apenas conheceu empregos de part-time ou Inês que não sabe o significado de um contrato de trabalho sem termo”, refere o texto. Ao nível da educação, indicam os movimentos, “a introdução da Área da Educação Superior Europeia significa a comercialização do ensino superior e a redução de oportunidades para a classe dos jovens trabalhadores. A directiva Bolkestein ainda constitui uma ameaça para os trabalhadores”. “A directiva de retorno de emigração Europeia torna claro que a Europa envia grupos de emigrantes para outros continentes, reduzindo seres humanos a simples peças de mercadoria que, mal se tornem desnecessários, serão reenviados aos lugares onde nasceram. Esta traduz outra causa de vergonha para o nosso continente”, acrescenta a nota. Por isso, refere-se, neste ano os trabalhadores devem sair à rua para “proteger os nossos direitos”, com a certeza de que “é possível um mundo melhor” e apresentando como sinal de esperança a rejeição da directiva Europeia do horário de trabalho das 65 horas semanais. A JOC nasceu na Bélgica em 1925 pela iniciativa dum jovem padre, Joseph Cardijn e de um grupo de jovens trabalhadores e trabalhadoras. Nasceu para dar resposta à situação de sofrimento e exploração vivida pelos jovens operários e à necessidade da Igreja os entender e organizar.