Jovens Sem Fronteiras no Brasil

Uma «Ponte» nas periferias do Rio Os Jovens Sem Fronteiras (JSF) realizaram, em Agosto, a sua ‘Ponte 2005’ em S. Cristóvão de Cabo Frio, a 150 kms do Rio de Janeiro. Foram quinze, representando grupos do Minho ao Algarve. ‘Educação e Saúde ao serviço da Justiça’ foi o lema deste projecto missionário que se realiza, ano após ano, desde 1988. Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe tinham recebido as edições anteriores. Em 2005, os JSF abriram uma nova frente na América Latina. A experiência missionária investiu em áreas decisivas para as populações locais: a Saúde, a Educação, o apoio à Infância e aos Jovens, os Direitos Humanos, a Comunicação, a recuperação escolar, a Música e, claro está, a Pastoral. A Ponte 2005 foi um espaço de partilha. Os participantes deram o seu melhor, mas também aprenderam muito com um povo pobre, mas com muita fé e muita alegria de viver. S. Cristóvão é uma paróquia de periferia com alguns bairros favelados e, por isso mesmo, problemas sociais graves. Investir na Saúde A equipa de saúde, com uma enfermeira e uma psicóloga a comandar, investiu na formação dos agentes de pastoral da saúde e da pastoral da criança. Teve oportunidade de fazer acções de formação numa Escola de Surdos e de trabalhar com as crianças da Escola dos santos Anjos Custódios, que acolhe alunos de uma bairro muito pobre. Fez ainda rastreios de tensão arterial e de diabetes em comunidades pobres. Foi conhecer de perto o trabalho que a Prefeitura está a realizar com os sem abrigo. A área da Educação Os JSF lançaram um curso de formação, na Igreja Matriz e na comunidade do Jardim Esperança, que abrangeu diversas áreas: música, comunicação social, teatro, saúde, direitos humanos e recuperação escolar em Matemática, Física e Química. A adesão foi muito boa. Houve ainda duas participações, por ocasião da Semana do Excepcional’, em actividades de animação e celebração com crianças e jovens ‘Especiais’. Apoio à infância As crianças foram um dos alvos preferenciais deste Projecto Ponte. As manhãs e as tardes dos JSF foram passadas na Escola dos Santos Anjos Custódios em Actividades dos Tempos Livres. O investimento foi para a Música, o Teatro, o Desporto e os Trabalhos de artesanato. A equipa da Saúde trabalhou com a pastoral da criança apoiando a pesagem e todo o trabalho de acompanhamento aos pais. Comunicação social Os media ajudam a amplificar notícias, ideias e ideais. Assim, os JSF apostaram forte nos meios de comunicação social locais e estiveram presentes em três longos programas de televisão (‘Directo ao assunto’, ‘Todos somos missionários’ e ‘Comunidade em acção’) e duas entrevistas de uma hora na Rádio Avé Maria. Além disso, realizaram um mini-curso de comunicação social na Matriz e no Jardim Esperança. A Pastoral Foi uma aposta ganha. A Ponte começou logo com a participação no VII Encontro Paroquial de Jovens, realizado no Jardim Esperança. Depois, o grupo assumiu a animação das Eucaristias da Semana na Igreja Matriz e participou no canto das Missas de Domingo com o coro paroquial. A Semana da Família também envolveu os JSF que organizaram, de segunda a sexta, as celebrações e reflexões no jardim Esperança e na Matriz. Houve uma sessão sobre ‘Catequese e Missão’ no Encontro Vicarial de Catequistas. ‘Crisma e Missão’ foi um dos temas de formação do grupo que se prepara para o Sacramento da Confirmação. Teve ainda lugar, na Matriz, dois encontros com as crianças da Catequese. Nos fins de semana, os JSF participaram em diversas Eucaristias nas comunidades que pertencem à Paróquia. O grupo de jovens da Matriz convidaram duas vezes os JSF a participar na sua reunião. Missão cumprida? Um mês é sempre pouco demais para uma Missão desta envergadura. Mas, na hora do balanço, todos pareciam estar felizes: os que acolheram e os que chegaram de longe. As três festas de despedida (Matriz, Santos Anjos e Jardim Esperança) foram de muita comoção e provaram o quanto a Ponte tinha unido as pessoas. Esta Ponte foi marcada por dois acontecimentos: as Jornadas Mundiais da Juventude, com Bento XVI, em Colónia e o assassinato do Irmão Roger em Taizé. Foram horas de comunhão na alegria e na dor. Numa das celebrações, no Jardim Esperança, um dos JSF disse que tinha saudades da família. O líder da comunidade definiu bem o ambiente que se vivia: ‘Vocês podem ter saudades da vossa família, mas aqui a vossa família somos nós’. Tony Neves, Em S. Cristóvão de Cabo Frio

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