João XXIII: O Papa da paz e da bondade

Cidade do Vaticano, 22 abr 2014 (Ecclesia) – O Centro Televisivo do Vaticano (CTV) evocou o futuro Santo João XXIII como o “Papa do amor, da unidade e da paz”.

“O Papa Roncalii permanece no coração de muitos como um pontífice capaz de dirigir-se a todos com simplicidade, respeito, espontaneidade, o sucessor de Pedro que deu início à revolução conciliar”, refere o CTV, num trabalho a respeito da canonização do próximo domingo.

Angelo Giuseppe Roncalli nasceu em 1881 na localidade de Sotto il Monte, Bérgamo, onde foi pároco, professor no Seminário, secretário do bispo e capelão do exército durante a I Guerra Mundial.

João XXIII iniciou a sua carreira diplomática como visitador apostólico na Bulgária, de 1925 a 1935; foi depois delegado apostólico na Grécia e Turquia, de 1935 a 1944, e Núncio Apostólico na França, de 1944 a 1953.

Em 1953, Angelo Roncalli foi nomeado patriarca de Veneza e no dia 28 de outubro de 1958 foi eleito Papa, sucedendo a Pio XII.

“Manso e atento, empreendedor e corajoso, simples e cordial, praticou cristãmente as obras de misericórdia corporais e espirituais, visitando os encarcerados e os doentes, recebendo homens de todas as nações e crenças e cultivando um extraordinário sentimento de paternidade para com todos. O seu magistério foi muito apreciado, sobretudo com as Encíclicas ‘Pacem in terris’ e ‘Mater et magistra’”, recorda a biografia oficial do Vaticano.

João XXIII convocou o Sínodo romano, instituiu uma comissão para a revisão do Código de Direito Canónico e convocou o Concílio Vaticano II (1962-1965).

O Papa italiano faleceu na tarde do dia 3 de junho de 1963 e foi beatificado por João Paulo II em setembro de 2000, com que será canonizado este domingo, pelo Papa Francisco, após este ter decidido dispensar um segundo milagre atribuído à intercessão de João XXIII.

O padre Ezio Bolis, diretor da Fundação João XXIII, diz ao CTV que o futuro santo tinha “uma espiritualidade ferial, corrente, familiar”, que nasceu da sua “experiência rural, de uma família muito unida”.

“Podemos dizer que o êxito do Papa João durante os anos do pontificado se deveu precisamente a esta capacidade de relacionar-se com as pessoas, mesmo as mais simples, de se fazer ouvir de forma imediata, sem impor sujeições”, explica.

O cardeal Loris Francesco Capovilla, que foi secretário particular de João XXIII, recorda por sua vez o momento da morte do Papa italiano, quando se juntavam várias pessoas para acompanhar os seus últimos momentos. 

“Um dia disse-lhe: Santo Padre, aqui à volta da sua cama estamos três, quatro, cinco, seis pessoas, mas se visse a Praça [de São Pedro]… Eu pensava que ele não iria ligar, dado que não estava habituado a estar na ribalta, mas nessa ocasião olhou para mim e disse-me: ‘Bem, é natural que seja assim, é o Papa que morre. Eu amo-os, eles amam-me’”, relata.

O padre Ezio Bolis sublinha a capacidade de “diálogo com todos, mesmo com quem pensa de outra maneira” e a “sensibilidade ecuménica” do futuro santo, desenvolvida ao longo da sua vida diplomática.

“Outro elemento da sua espiritualidade é paz, que fazia parte do seu lema, ‘Obedientia et pax’ (obediência e paz), uma paz que não significa simplesmente um viver tranquilo, mas que é a busca da vontade de Deus”, conclui.

OC

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