Corpo do Papa polaco vai ser trasladado a 29 de abril, antes de ficar no andar principal da basílica de São Pedro
Cidade do Vaticano, 05 abr 2011 (Ecclesia) – O Vaticano apresentou hoje o programa completo das celebrações ligadas à beatificação de João Paulo II (1920-2005), marcada para o próximo dia 1 de maio, cujo corpo vai ser trasladado a 29 de abril.
O diretor da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, revelou que no próximo dia 29, o túmulo do Papa Inocêncio XI vai ser transferido para o altar da transfiguração, na basílica de São Pedro, dando lugar aos restos mortais de João Paulo II.
Na manhã desse dia, sexta-feira, a urna do Papa polaco, que não será aberta, vai ser colocada junto do túmulo de São Pedro, nas grutas do Vaticano, passando, no dia 1 de maio, para o altar da confissão, dentro da basílica, onde vai ser exposta à veneração dos fiéis.
Todo o conjunto de cerimónias vai ser financiado sem recurso a dinheiros públicos, segundo o cardeal Agostino Vallini, vigário do Papa para a diocese de Roma.
Este responsável foi um dos intervenientes na conferência de imprensa em que se deu conta do bom ritmo com que decorrem os últimos preparativos para a beatificação do falecido Papa polaco, que passará assim a ser apresentado pela Igreja Católica à veneração dos crentes como modelo e intercessor junto de Deus.
A cerimónia é antecedida, a 30 de abril, por uma vigília ao ar livre, no Circo Máximo, com presidência do cardeal Vallini, que inclui a evocação de palavras e imagens de João Paulo II, seguida de testemunhos de pessoas que privaram de perto com Karol Wojtyla, nomeadamente Joaquín Navarro-Valls, que foi porta-voz do Vaticano, o cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo de Cracóvia e secretário pessoal do Papa, bem como a religiosa francesa Marie Simon-Pierre, cuja cura milagrosa, atribuída à intercessão de João Paulo II, abriu caminho para a beatificação.
Nesta ocasião, vai ser apresentado o hino de beatificação de João Paulo II, intitulado «Abram as portas a Cristo».
Na segunda parte da vigília, tem lugar a recitação do Rosário, em ligação direta com cinco santuários, incluindo Fátima, em Portugal.
Após este momento, Bento XVI vai recitar a oração final e dar a sua bênção apostólica, em ligação televisiva, desde o Vaticano.
Na noite de sábado para domingo, oito igrejas do centro de Roma permanecerão abertas aos fiéis que queiram velar em oração, numa iniciativa denominada «noite branca».
A Missa da beatificação, no dia 1 de maio, presidida por Bento XVI, tem lugar na praça de São Pedro, às 10h00 (hora local, menos uma em Lisboa), podendo os fiéis entrar, livremente, a partir das 05h00.
Uma hora antes do início da cerimónia decorre um momento de oração centrado sobre a tema da divina misericórdia, que, por decisão do próprio João Paulo II, é recordada nesse domingo da oitava da Páscoa.
Na segunda-feira, 2 de maio, na mesma Praça de São Pedro, às 10h30, será celebrada uma eucaristia em honra do novo beaton presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano.
Esta celebração vai ser animada pelo coro da diocese de Roma, com a participação do coro de Varsóvia e da Orquestra sinfónica de Wadovice, da Polónia.
A sepultura dos restos mortais de João Paulo II na basílica de São Pedro, na capela de São Sebastião, vai ser feita de forma privada, no dia 2, na capela de São Sebastião, localizada na nave da basílica do Vaticano, junto da famosa «Pietà» de Michelangelo.
Karol Wojtyla, João Paulo II, morreu no dia 2 de abril de 2005, aos 84 anos de idade, na sequência do progressivo agravamento do seu estado de saúde, deixando atrás de si um pontificado de 26 anos e meio, o terceiro mais longo da história da Igreja.
A sua beatificação, marcada para o dia 1 de maio, vai decorrer sob a presidência do atual Papa, o que acontece pela segunda vez no pontificado de Bento XVI, que apenas preside, por norma, às cerimónias de canonização.
OC
Notícia atualizada às 18:10