João Paulo II alenta ao diálogo entre a Igreja e a Comunidade científica

João Paulo II deixou esta manhã no Vaticano um apelo em favor do diálogo entre a Igreja e a Comunidade científica internacional. “Confio que este diálogo levará a uma investigação mais profunda das verdades da ciência e das verdades da fé, verdades que em última instância convergem para a única Verdade que os crentes reconhecem na sua plenitude no rosto de Jesus cristo”, disse o Papa. Recebendo os participantes da sessão plenária da Academia Pontifícia para as Ciências, João Paulo II estimulou este tipo de iniciativas, “que contribuem para um diálogo mais frutuoso entre a Igreja e a comunidade científica”. O tema desta assembleia é “Percursos e descoberta”, dedicado à relação entre ciência e criatividade, algo que o Papa considera “intimamente ligado à dimensão espiritual do homem”. Nesse sentido, deixou alguns reparos à dimensão ética das descobertas e progressos científicos, chamando a atenção para as suas “repercussões planetárias”. “Como realidade espiritual, essa criatividade deve ser exercida responsavelmente, exige respeito pela ordem natural e, acima de tudo, pela natureza de cada ser humano”, referiu João Paulo II, tendo em vista temas como a clonagem, a eutanásia ou os embriões excedentários. “A criatividade e as novas descobertas devem aproximar a comunidade científica e os povos do mundo, num clima de cooperação que valorize a partilha generosa do conhecimento em vez da competitividade e dos interesses individuais”, acrescentou. A sessão plenária da Academia Pontifícia para as Ciências iniciara-se este sábado no Vaticano. A Academia, criada em 1603 e fundada novamente com o nome actual em 1936, é composta por mais de 80 cientistas provenientes do mundo inteiro, e tem por finalidade “honrar a ciência pura, assegurar a liberdade e favorecer as pesquisas”. Segundo o Secretário da Academia, D. Marcelo Sanchez Sorondo, o objectivo da assembleia é examinar os percursos da criatividade na ciência. “Todos os nossos académicos são pessoas que trouxeram criatividade. É sabido que da nossa Academia saíram mais de 30 Prémios Nobel”, lembrou à Rádio Vaticano. De acordo com o Bispo, será feito também uma análise de grandes personagens como Galileu, Einstein ou Mendel, “para mostrar o que a ciência foi no Ocidente, e qual o seu projecto hoje”.

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