JMJ Lisboa 2023: Maria Francisca Silva aponta a «oportunidade» de jovens se «reconhecerem Igreja»

Médica, ligada às Comunidades de Vida Cristã, integra grupo de trabalho mundial para partilha, aprofundamento da fé e espiritualidade inaciana entre as novas gerações

Foto: Agência ECCLESIA/LS

Lisboa, 08 mar 2023 (Ecclesia) – Maria Francisca Silva pertence às Comunidades de Vida Cristã (CVX), um movimento de leigos, ligado à espiritualidade inaciana, e acredita que a Jornadas Mundiais da Juventude Lisboa 2023 serão uma ocasião para os jovens “se reconhecerem Igreja”.

“As JMJ são uma ocasião para os jovens se reconhecerem como Igreja, tal como eu me reconheci em 2011; dizerem sim e que querem fazer parte do corpo da Igreja. Quando nos reconhecemos como parte de algo, queremos contribuir, e as jornadas podem ser uma forma para os jovens perceberem como podem ser os mãos e os pés de Jesus”, explica a jovem à Agência ECCLESIA.

Maria Francisca Silva é o pivot de ligação entre a CVX e o Comité Organizador Local (COL), responsável pela organização da Jornada Mundiais da Juventude Lisboa 2023 e explica o desafio de fazer com que o convite de participação chegue a todos.

O apelo à participação é para todos: desde os que têm o seu percurso feito, aos que estão a caminhar, aos que ainda não começaram, aos que não ouviram falar, aos que não querem ouvir falar – Deus veio para todos. As Jornadas, como meio de transmissão a mensagem de Jesus, é para todos”.

O trabalho de ser pivot de ligação, em estreita ligação com a realização do Magis – que corresponde aos Dias nas Dioceses, dentro da espiritualidade inaciana – implica a articulação da informação proveniente do COL mas também o recrutamento de voluntários, a implicação no projeto «Igrejas irmãs», que pretende trazer às JMJ um peregrino de cada país no mundo, e ainda o desafio à participação.

Maria Francisca Silva recorda o marco de ter participado nas Jornadas Mundiais da Juventude em 2011, em Madrid, e em 2016, em Cracóvia.

“É uma oportunidade única, um convite único. As jornadas são uma experiência incrível que deixa uma marca na nossa vida. Ter a oportunidade de ter um acontecimento desta dimensão, com este impacto em cada pessoa, a acontecer em Portugal, tão perto de nós significa uma oportunidade que não podemos deixar passar”, convida.

O compromisso da jovem médica, a fazer o internato em Medicina Geral e Familiar, com a Igreja levou-a a participar numa plataforma que junta 12 jovens, das seis regiões mundiais da CVX – Europa, Pacifico, Ásia, América latina e América do norte, África – para partilha e aprofundamento da fé da espiritualidade inaciana.

(A Plataforma) Procura responder a uma presença e participação de jovens na Igreja, à procura de viver a espiritualidade nas suas relações. A CVX percebeu que os jovens fazem parte do seu corpo e quer perceber que dinâmicas e sonhos os jovens têm e querem implementar”.

Desde cedo Maria Francisca Silva percebeu que a fé “não se vive sozinha”, antes tinha um forte caracter “comunitário”, e que “se não for assim vivida não se vive na totalidade”.

“A catequese, a vivência na paróquia, experiências de voluntariado, viagens à comunidade ecuménica de Taizé, mas também a educação em casas e num colégio católico são marcas no meu crescimento espiritual”, reconhece.

Depois de dois anos a estudar na ilha da Madeira, e de regresso ao continente, Maria Francisca procurou no Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV), em Lisboa, uma forma de poder partilhar a vida e a fé, inicialmente nos grupos para universitários e atualmente na CVX.

Em entrevista ao programa Ecclesia, a jovem médica recorda ainda o sonho da medicina na sua vida e a escolha de acompanhar pessoas “desde a sua conceção até à sua 4ª ou 5ª idade”.

“O sonho da medicina vem desde pequena: é uma forma de servir, cuidar do outro e estar presente; mas tenho um fascínio enorme pela forma como o nosso corpo funciona, e está organizado: a forma como as células se diferenciam e todas juntas colaboram para o que é preciso, como um neurónio comunica com sinais elétricos e nos faz sentir dor, emoções”, destaca.

A conversa com Maria Francisca Silva pode ser acompanhada esta noite no programa ECCLESIA, na Antena 1, pouco depois da meia-noite, estando depois disponível no portal de informação e no podcast «Alarga a tua tenda».

LS

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Agência ECCLESIA

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