Jesuítas: Superior geral em Portugal

Padre Adolfo Nicolás abordou 200 anos de restauração da congregação e explicou renúncia ao cargo

Lisboa, 04 jun 2014 (Ecclesia) – O superior geral da Companhia de Jesus esteve em Portugal no âmbito da comemoração dos 200 anos de restauração da congregação no país e no Oriente.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Adolfo Nicolàs realçou que apesar de ainda não existirem “conclusões definitivas” acerca das consequências da restauração, esse acontecimento deu lugar a uma nova “dinâmica” dentro da ordem religiosa.

“Abriram-se muitas missões novas, reforçou-se a aposta na educação e criaram-se muitos colégios, atualmente distribuídos por todo o mundo”, salientou.

Uma das principais iniciativas que marcaram a vinda do responsável jesuíta a Portugal foi um simpósio promovido pela Revista Brotéria e a Fundação Oriente.

Na última segunda-feira, foram abordadas temáticas como a “Expulsão, Exílio e Supressão dos Jesuítas na Assistência Lusitana”; “O Antijesuitismo no século XIX”, "A presença da Companhia de Jesus em Portugal hoje: Desafios da contemporaneidade” e “A Companhia de Jesus no Oriente”.

Para o padre Adolfo Nicólas, as comunidades católicas do Ocidente podem “aprender bastante” com a Ásia e a África, em termos de evangelização e da própria vivência cristã.

No que toca ao esforço missionário da congregação, destacou a importância do jesuíta saber integrar-se cada vez mais na cultura local onde esteja a trabalhar.

“Não podemos comunicar a Igreja sem estarmos dispostos a aprender também algo com aqueles a quem a queremos comunicar”, sustentou.

A análise aos 200 anos da restauração da Companhia de Jesus não passa ao lado do facto da Igreja Católica contar atualmente com um Papa que cresceu e foi formado no meio do carisma jesuíta.

“O Papa Francisco tem insistido claramente nos pontos-chave da proposta de Santo Inácio de Loyola, que passam por apostar naquilo que é verdadeiramente importante e relativizar tudo o que é secundário, ou seja, tem insistido na comunicação do perdão, da reconciliação, em todos os temas centrais do Evangelho”, destacou o superior geral.

Em maio, o padre Adolfo Nicolás anunciou a sua resignação ao cargo de líder da Companhia de Jesus, que terá efeito a partir de 2016.

Na altura, o sacerdote contará com 80 anos de vida e oito anos de missão, à frente da comunidade jesuíta.

“Os anos vão pesando e, depois dos 80 já não há nenhuma garantia de que, sobretudo a mente, funcione de uma maneira dinâmica e criativa. É preciso abrir espaço a uma renovação, à entrada de pessoas mais jovens, mais ágeis, com meios mais modernos, que possam responder aos desafios, que também vão mudando”, apontou.

O padre Adolfo Nicolás é superior geral da Companhia de Jesus desde 2008, tendo substituído no cargo o holandês Peter Hans Kolvenbach.

HM/JCP 

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