Jesuítas: «Evangelizar num mundo plural e secular» é o programa da Companhia até 2022

«Identidade cristã já não determina o modo de vida» – Padre Frazão Correia

Lisboa, 25 nov 2016 (Ecclesia) – O provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus disse à Agência ECCLESIA que o Plano Apostólico para os próximos seis anos tem por objetivo “evangelizar num mundo plural e secular”, aceitando “com otimismo” as circunstâncias atuais.

Para o padre José Frazão Correia, o tempo presente é o “tempo favorável para o anúncio do Evangelho”, mesmo que marcado por “realidades muito diferentes entre si” e onde a “identidade cristã já não determina o modo de vida e as opções das pessoas e da comunidade”.

“Podemos encarar esta realidade como uma afronta ou uma impossibilidade ao Evangelho, porque nos faz recordar que perdemos alguma coisa que tempos passados garantiam, ou aceitar que este é um tempo favorável. E há que aceitá-lo assim, plural e secular ou secularizado, como um tempo propício para o Evangelho”, sublinhou o sacerdote jesuíta.

Para o provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus, a aceitação da atualidade não significa ter atitude acrítica sobre a mesma, porque há muitos lugares que “não geram vida, são dinâmicas de morte, exclusão e pobreza”, e sugere a necessidade de colaboração com os projetos de vida “onde Deus está a agir de modo escondido”.

O padre José Frazão Correia disse que os projetos e as prioridades da Companhia de Jesus baseiam-se na “aceitação e participação” em diferentes “espaços sociais, culturais e eclesiais”, no pressuposto que é necessário promover “uma efetiva colaboração com diferentes”.

O Plano Apostólico para os próximos seis anos, apresentado esta quinta-feira, no Centro Social da Musgueira, em Lisboa, indica as prioridades e públicos a quem se destina e faz o enquadramento social e pastoral do trabalho da Companhia de Jesus até 2022.

Para o padre José Frazão Correia, a Companhia de Jesus deseja apostar num “projeto cultural mais criativo”, a criar em torno da Revista Brotéria, que vai ter um novo espaço junto à Igreja de São Roque, em Lisboa, e da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica, em Braga.

“Gostaríamos que, em torno deste novo espaço, houvesse um conjunto de iniciativas culturais, socias e de encontro”, disse o provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus.

O Plano Apostólico indica também a criação de um gabinete de comunicação, a aposta no “serviço de formação inaciana”, uma “nova visão para os colégios”, a criação de “plataformas apostólicas em centros urbanos”, a revisão da presença dos jesuítas na região sul de Portugal e promover a “colaboração missionária e com a Companhia universal”.

Atentos a todos os procuram os jesuítas em Portugal, a Companhia tem por prioridade trabalhar com a juventude universitária e pré-universitária, pessoas carenciadas, casais jovens e famílias em dificuldade e promover o acompanhamento espiritual do clero diocesano e de pessoas que fazem um caminho de discernimento vocacional, refere o padre Frazão Correia.

Com o título ‘Evangelizar num mundo plural e secular’, o Plano Apostólico da Província Portuguesa da Companhia de Jesus tem por “eixos transversais” o “serviço da fé”, a “promoção da justiça e o diálogo intercultural e inter-religioso”, como “intento humilde de resposta às urgências de nosso mundo ferido”.

A análise ao Plano Apostólico dos jesuítas até 2022 vai ser apresentado pelo padre José Frazão Correia no programa Ecclesia emitido na RTP2, dia 28 de novembro, pelas 15h00.

PR

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