Dormitórios geridos pelo Vaticano vão permanecer abertos 24 horas por dia
Cidade do Vaticano, 08 jan 2017 (Ecclesia) – O Papa lamentou hoje no Vaticano as vítimas mortais provocadas pela onda de frio na Itália e apelou à solidariedade para com quem vive na rua.
“Nestes dias de tanto frio, penso e convido-vos a pensar em todas as pessoas que vivem na rua, atingidas pelo frio e tantas vezes pela indiferença”, disse, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a recitação do ângelus.
No espaço eram visíveis os sinais do frio em Roma, com o gelo a formar-se em vários locais.
O Papa recordou que, “infelizmente”, alguns sem-abrigo “não resistiram” às difíceis condições climáticas e acabaram por falecer.
“Rezemos por eles e peçamos ao Senhor que aqueça os nossos corações, para que os possamos ajudar”, apelou.
A vaga de frio polar que está a assolar vários países da Europa provocou queda de neve em várias regiões do centro e sul da Itália, onde isso é menos habitual: pelo menos 6 pessoas morreram e quatro delas eram sem-abrigo.
O arcebispo Konrad Krajewski, responsável pela Esmolaria Pontifícia, referiu à agência ANSA que os dormitórios geridos pelo Vaticano em Roma vão estar abertos 24 horas por dia, para oferecer um espaço aquecido e alimentação, mesmo que todas as camas estejam ocupadas.
Em causa estão o dormitório “Dom de Maria” (Vaticano), gerido pelas Missionárias da Caridade, o dormitório da Via Ratazzi (Estação Termini) e o dormitório “Dom de Misericórdia”, localizado na Via dei Penitenzieri (arredores do Vaticano), que desde sexta-feira já acolhe 20 pessoas a mais do que a sua normal capacidade, adianta a Rádio Vaticano.
A Esmolaria está ainda a distribuir, para quem não quer sair da rua, sacos-cama térmicos, com capacidade para resistir a temperaturas de até -20°C, e tem deixado algumas pessoas dormir em carros da instituição.
Um dos beneficiados foi um sem-abrigo de rua de 85 anos, que dormiu num Fiat Qubo, colocado à disposição pela Santa Sé.
Uma equipada Guarda Suíça auxilia D. Konrad Krajewski nas rondas noturnas que faz pela cidade de Roma em busca de pessoas necessitadas.
“Isto acontece sempre, mas agora multiplicamos estes serviços”, explica o arcebispo polaco.
OC