Itália: Bento XVI lembra cardeal Martini como alguém atento às situações «mais difíceis»

Milhares de pessoas marcaram presença nas exéquias do antigo arcebispo de Milão

Lisboa, 03 set 2012 (Ecclesia) – Bento XVI recordou hoje o cardeal Carlo Maria Martini, falecido esta sexta-feira aos 85 anos, como um homem “atento a todas as situações”, em particular “as mais difíceis”.

O Papa dirigia-se à diocese italiana de Milão numa mensagem lida no funeral do antigo arcebispo local, que decorreu na catedral da cidade.

O texto, divulgado pela Rádio Vaticano, destaca o “espírito de caridade pastoral profunda” do cardeal jesuíta, que se fez “próximo, com amor, de quem se encontrava no desânimo, na pobreza e no sofrimento”.

As exéquias de D. Carlo Maria Martini foram presididas pelo atual arcebispo de Milão, cardeal Angelo Scola, e reuniram milhares de pessoas que se somaram às mais de 100 mil que passaram pela catedral local, nos últimos dias, para prestar a sua homenagem.

A mensagem papal foi lida pelo representante de Bento XVI no funeral, cardeal Angelo Comastri, evocando “um homem de Deus, que não somente estudou a Sagrada Escritura, mas a amou intensamente, fez dela luz para a sua vida, a fim de que tudo fosse para a maior glória de Deus”.

“Foi capaz de ensinar aos fiéis e àqueles que estão à procura da verdade que a única Palavra digna de ser ouvida, acolhida e seguida é a de Deus, porque indica a todos o caminho da verdade e do amor”, prossegue o documento.

A mensagem conclui-se com uma evocação do “incansável servidor do Evangelho e da Igreja”.

D. Carlo Maria Martini, jesuíta, foi arcebispo de Milão entre 1980 e 2002, tendo depois passado alguns anos em Jerusalém antes de regressar à Itália, em 2008.

Especialista no estudo da Bíblia, o falecido cardeal foi reitor da Universidade Pontifícia Gregoriana, em Roma, após ter dirigido o Instituto Pontifício Bíblico, tendo sido o único católico a integrar o comité ecuménico internacional que preparou a nova edição grega do Novo Testamento, como destaca a biografia oficial disponibilizada pelo Vaticano.

Foi eleito por João Paulo II para liderar a Arquidiocese de Milão, a 29 de dezembro de 1979, e ordenado bispo a 6 de janeiro do ano seguinte, no Vaticano; o mesmo Papa polaco criou-o cardeal em fevereiro de 1983.

Entre 1987 e 1993 foi presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE).

O cardeal italiano recebeu o prémio Príncipe das Astúrias em Ciências Sociais no dia 27 de outubro de 2000.

D. Carlo Maria Martini foi autor de vários livros sobre temas bíblicos e de espiritualidade, para além da obra ‘Em Que Crê Quem Não Crê?’, um colóquio, através de cartas, com o autor e intelectual italiano Umberto Eco.

RV/OC

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