As Religiosas do Mundo Operário (REMO) querem continuar a ser “fermento” em Bairros desfavorecidos de Portugal. Em encontro anual, no Centro Social e Paroquial da Penha de França , em Lisboa , estas religiosas reflectiram sobre “a forma de levar Jesus Cristo” para bairros marcados, quer pelas necessidades espirituais, quer pelas necessidades materiais. Em Dia Internacional da Mulher também este encontro era Internacional. À volta de um pouco de pão amassado com fermento estavam sentadas religiosas belgas, francesas, irlandesas, espanholas e portuguesas. Todas a viverem em Portugal e em Bairros cujas características os rotulou de “marginalizados”. Pertencem a várias congregações e a diversos carismas mas a sua missão passa pelo trabalho na pastoral, no apoio a jovens, crianças e idosos. Muitas até têm a sua profissão como a Irmã Conceição Rodrigues, Auxiliadora da Caridade, que vive num Bairro de Aveiro e trabalha num jardim de infância. A Irmã Anna Mertens teve um percurso diferente. Veio da Bélgica há 34 anos onde já era Religiosa no mundo Operário. Viu em Portugal o ponto de passagem para chegar ao Brasil ao encontro dos pobres. Mas não precisou ir tão longe. “Quando eu vim para Portugal isto estava muito pobre e não tive de ir para o Brasil para me encontrar com os pobres”, afirmou à Agência ECCLESIA esta religiosa das Irmãzinhas da Assunção. Os longos anos em Portugal quase fazem esquecer o sotaque. Estão inculturadas um pouco por todo o país, onde querem ser fermento na evangelização. Onde quer que o seu povo vá, elas vão com ele. “Nós estávamos num Bairro da Quinta Grande, na Charneca da Caparica, o Bairro foi demolido e nós também fomos realojadas” conta a irmã Aurélia Correia , das Irmãs do Bom Pastor. “Como fermento no meio do povo formos realojadas”, acrescenta. Em bairros marcados pela droga, pela prostituição e agora pelo flagelo do desemprego, estas religiosas têm consciência que pouco podem fazer em termos materiais. Pedem apenas a Deus força para continuarem a ser o fermento de Deus no seio do povo em que vivem. A REMO faz parte da Pastoral Operária, que inclui movimentos como a LOC (Liga Operária católica), a JOC (Juventude Operária Católica), a MAAC (Movimento do Apostolado de Adolescentes e Crianças) e os Padres do Mundo Operário.