Iraque: Visita do Papa «vai dar visibilidade» aos «problemas» o país e «da comunidade cristã», destaca Fundação AIS

Catarina Martins de Bettencourt salienta que viagem papal «é um sinal de esperança» num país em reconstrução

Lisboa, 09 dez 2020 (Ecclesia) – A Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) espera que a visita do Papa Francisco ao Iraque, de 5 e 8 de março de 2021, seja um “sinal de esperança” para o país e para os cristãos.

“Com a visita do Santo Padre o mundo vai olhar com mais atenção para os problemas do Iraque mas também para os problemas da comunidade cristã do Iraque e isso é muito positivo”, afirma a diretora do secretariado português da AIS, em declarações enviadas hoje à Agência ECCLESIA.

Segundo Catarina Martins de Bettencourt a viagem do Papa Francisco ao Iraque, onde vai visitar Bagdade, Ur, Erbil, Mossul e Qaraqosh, pode ajudar a superar a “ideia de que já está tudo bem, desde que os jihadistas foram derrotados militarmente.

“Isso não é verdade. É preciso reconstruir o país, é preciso reconstruir infraestruturas e é preciso reconstruir também o sentimento de segurança para que os cristãos possam voltar, tal como todos desejamos”, acrescentou.

A viagem papal foi anunciada esta segunda-feira pelo diretor da sala de Imprensa da Santa Sé; Matteo Bruni explicou que decorre de um convite da República do Iraque e da Igreja Católica local e destacou a passagem pela “planície de Ur, ligada à memória de Abraão”.

O presidente executivo da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, numa nota à imprensa, assinalou que a viagem do Papa “é mais um sinal de proximidade e preocupação” com os cristãos do Médio Oriente, e vai dar coragem para que “permaneçam na sua terra natal”.

Para Thomas Heine-Geldern, a visita de Francisco também “é um sinal de esperança” para a comunidade cristã que enfrenta há décadas uma via-sacra de “perseguição e discriminação”.

A fundação pontifícia tem mantido um apoio permanente às comunidades cristãs iraquianas e para a diretora do secretariado português da AIS a visita do Papa significa, de alguma forma, “o reconhecimento de todo este esforço que está a ser feito para que os cristãos possam viver nas suas terras, nas suas aldeias, nos lugares a que pertencem historicamente”.

Catarina Martins de Bettencourt destaca que, neste momento, estar a decorrer “uma campanha” em Portugal para “apoiar o regresso das famílias cristãs às suas terras de origem” e vai ajudar, por exemplo, a missão das Irmãs Dominicanas que procuram reabrir um jardim-de-infância, destruído pelos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), em Batnaya.

“Este projeto é apenas um exemplo do esforço solidário que a Fundação AIS tem procurado levar junto da sofrida Igreja do Iraque”, salienta, referindo que a reconstrução de igrejas, conventos, escolas e habitações “são essenciais” para o regresso das famílias cristãs “às terras de onde foram expulsas pelos jihadistas no verão de 2014”.

A fundação informa que os seus benfeitores contribuíram com 46,5 milhões de euros para projetos relacionados com a presença da comunidade cristã no Iraque e, em particular, na Planície de Nínive, entre 2014 e o final de 2019.

A Ajuda à Igreja que Sofre está atualmente a desenvolver uma nova fase do plano de reconstrução para a comunidade cristã iraquiana, onde o objetivo principal é reconstruir as infraestruturas das instalações administradas pela Igreja nas cidades e povoações cristãs da Planície de Nínive, e lembra que o Parlamento Europeu e o Departamento de Estado dos EUA “reconheceram o genocídio dos cristãos neste país”, em fevereiro de 2016, a partir de documentos elaborados pela organização internacional.

CB/OC

Vaticano: Papa visita o Iraque em março de 2021

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